Comunidade deve estar atenta aos sintomas da gripe para acertar no tratamento

Na atual situação, qualquer gripe já causa susto nas pessoas, e esclarecimentos são muito importantes 

Felizmente, o que a maioria das pessoas apresenta até agora na cidade são sintomas de gripe comum, entre eles coriza, febricola e tosse, que se resolve em quatro ou cinco dias e pode, depois, ter uma fase catarral. Existem casos também de gripes comuns, causadas por rinovírus, que são bem menos agressivos que o vírus Influenza. Segundo o médico Adalberto Rosses, Diretor Técnico da Secretaria Municipal de Saúde, a gripe Influenza é causada por vírus específicos de gripe, que têm variações. “Antes da gripe H1N1, todos os anos vacinávamos, principalmente crianças e idosos, contra a gripe sazonal, que é uma doença grave também. As pessoas devem estar atentas às manifestações de tosse, conjuntivite, e em caso de pessoas imuno deprimidas, a questão respiratória”. A gripe Influenza apresenta quadros de febre alta e constante, apesar do uso de antitérmicos, ela irá cumprir seu ciclo, de aproximadamente sete dias, e dependendo da imunidade da pessoa, levar ao óbito por questões respiratórias ou até mesmo falência de múltiplos órgãos.

Ele destaca que na cidade todos os trabalhos foram voltados à prevenção, através das vacinas, porém a procura foi muito baixa. Apesar disso, nenhum caso foi registrado. “Temos que fazer algumas modificações ou mesmo adaptações. Por exemplo: por que temos três meses de férias no verão, que é um período quente e agradável, em que muitos alunos poderiam estar em suas salas de aula, e no inverno temos somente 15 dias de férias nas escolas? Acho que a divisão deveria ser dois meses no inverno e dois meses no verão. As pessoas passariam o inverno mais protegidas dentro das suas casas e não estariam em grandes grupamentos de pessoas, onde circula o vírus”, destaca Rosses. 

Como é criada a vacina, ela é realmente feita a partir do próprio vírus? 

Se faz a coleta em todo o planeta, em vários lugares onde se sabe que o vírus circula, e a partir daí se faz uma vacina. Essa vacina, em nosso caso específico, em função de que temos esta gripe, que deve nos acompanhar por alguns anos, teve pouca procura no ano passado, devido aos poucos casos registrados. Inclusive, foram jogadas vacinas fora, porque não houve procura. 

Por que este ano faltaram doses? 

Este ano, em um primeiro momento, abriram-se as campanhas de vacinação e a adesão foi muito baixa, não só aqui na cidade, mas em todo o Estado. Eram taxas de 25% a 30% de adesão. A partir daí, iniciaram gradativamente os óbitos e se analisarmos a questão, as pessoas que morreram em decorrência da gripe foram somente as que não receberam a imunização, mesmo estando dentro dos grupos que tinham a preferência da vacina, os chamados grupos de risco. 

Então, quem poderia ser responsabilizado, a população ou o Ministério da Saúde? 

Não podemos dizer que a população não participou da campanha, que não aderiu. Se não for por campanha aberta, por demanda espontânea, a gente tem que tentar o máximo possível, e se for necessário fazer até uma atividade buscativa, porque temos uma missão a cumprir, que é vacinar todo mundo.

A cidade tem casos registrados de gripe H1N1?

Nós não temos casos confirmados. O governo estadual recebeu as vacinas do governo federal e agora na semana passada, recebemos o último lote destinado à cidade. Nós já tínhamos feito uma abertura para todas as faixas. O governo, em função do que houve este ano, já deve repensar a situação. Já falamos em vacinar todos os brasileiros que queiram ser vacinados. O custo é alto para esta vacina, mas a vida não tem preço. Cada vez que perdemos uma vida, temos muito a lamentar, porque alguma coisa não deu certo. 

A baixa adesão deve se repetir em campanhas futuras? 

Quando em um ano a adesão é baixa, podemos ter certeza de que no ano seguinte a adesão será baixa novamente, mesmo que tenham ocorridos estes óbitos este ano, no ano que vem as pessoas vão aderir muito pouco. É necessário fazer uma educação da população, para que elas participem da campanha, não só da gripe, mas de todas as que realizamos. 

A gripe A é uma exclusividade do inverno? 

No ano passado, tivemos casos registrados no mês de setembro. No inverno, como existe uma redução da resistência do organismo, resultante do frio, ela se manifesta mais. Há uma incidência maior nesta época do ano. 

Já tivemos o pico da gripe este ano? 

Esta gripe tem um pico de doença, ela vai indo e de alguma maneira a população vai resistindo à vacinação e a doença vai se espalhando. Se eu for vacinar daqui a uma semana por exemplo, este vírus pode ter fechado seu ciclo aqui na cidade e o efeito que queremos, que é preventivo, já não terá tanta valia, porque entre a vacinação e a criação de uma barreira contra o H1N1, será um período em que a pessoa estará sujeita à gripe.

 

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