A comunidade como propulsora da solidariedade

Ajuda da população tem sido primordial para amenizar situação de pessoas carentes 

Na tarde de ontem, cama doada por moradora da Rua Duque de Caxias já estava sendo entregue e ia garantir a primeira noite bem dormida dos irmãos

Histórias como a de Elvira Rodrigues Ramirez, 59 anos, existem aos montes por aí. Tendo como companhia um irmão, ela buscava seu sustento juntando papelão. Até que em um dia, após levar um tombo, a senhora fraturou a bacia, por, segundo ela, ter “ossos fracos”. Moradora do bairro São Paulo, Elvira passou por doloroso processo de recuperação, passando por cirurgia. Mesmo após ter realizado o procedimento, ela ainda não anda e seus dias transcorrem em uma cama, na sua residência.

Em matéria publicada no mês de fevereiro, a reportagem de A Plateia havia encontrado uma mulher triste, solitária e com parcas condições de vida, uma vez que sua residência era constantemente alagada pelas inúmeras goteiras do telhado.

Após campanha realizada através da Rádio RCC FM, Lucia Iara Gularte, apesar de residir na capital Porto Alegre, mobilizou-se para arrecadar materiais de construção e reformar a precária moradia de Elvira. Tijolos, areia, lajotas, cimento, entre outros materiais, foram doados por empresas e demais moradores de todas os bairros da cidade. A construção da casa ficou por conta dos militares do Exército. “Se cada um fizesse sua parte, poderíamos ajudar várias Elviras. As pessoas precisam olhar para o lado, enxergar o seu próximo”, destaca Lucia.

Elvira vê luz no fim do túnel e agradece a todos que colaboram
para tentar garantir seu bem-estar

Ela lembra também que, além da ajuda material, Elvira necessita de atendimento médico. “Faço um apelo aos profissionais da saúde, pois ela precisa de fisioterapia, consulta médica, vários exames, que, com certeza, ela não faz há anos. Precisamos humanizar o atendimento”, ressalta.

Na manhã de sexta-feira, novo apelo foi realizado através das ondas da RCC FM, pedindo por uma cama para Elvira – que tinha de dormir na companhia do irmão em uma apertada cama de casal – chuveiro, forro que a residência ainda não possui, vidros para porta e janela, além de um fogão a lenha e um andador, para facilitar a locomoção de Elvira. “Já conseguimos a cama e os vidros para a porta e janela. Mas contamos com a solidariedade da população para que, mais uma vez, colabore com a dona Elvira”, relata Lucia.

“Estou ficando outra pessoa. Pelo estado que estive, vivendo no meio da água e barro, estou muito melhor agora. Agradeço a todos que me ajudaram, pois hoje vou conseguir dormir melhor”, diz Elvira.

Dona Ilsa já tem onde morar 

Após ter perdido tudo em incêndio, ela conseguiu uma casa e agora conta com a ajuda da comunidade para conseguir os móveis 

Dona Ilsa aguarda ansiosa por sua nova residência

No mês de junho, Ilza Teresinha Constante, 54 anos, teve a casa que alugava incendiada. Cansada de avisar ao locatário que a fiação elétrica estava comprometida, correndo o risco de causar um curto-circuito e um possível incêndio na residência, ela aguardou por um eletricista, que seria encaminhado pelo dono da casa. Mas a tragédia chegou antes do profissional, e Ilza teve todos seus pertences consumidos pelas chamas.

Após o acontecimento, Ilza entrou e depressão, pois, sozinha no mundo, seus únicos companheiros, um cachorro e uma caturrita, morreram no incêndio. Como se não bastasse, ela possui uma doença que nem ela mesma sabe explicar. Por isso, recebe ajuda da Liga Feminina de Combate ao Câncer, que dispõe os medicamentos para o tratamento dessa paciente.

Através de uma foto publicada no Facebook, por uma vizinha de Ilza, as universitárias Bibiana Aguiar e Elis Bandeira se mobilizaram em prol da mesma causa e iniciaram uma campanha pela rede social a fim de angariar fundos para Ilza se manter, uma vez que está residindo em um quartinho disponibilizado na casa de uma vizinha. Porém, ela necessita de um lugar para viver, e pode pagar um aluguel em torno dos R$250,00, valor que era pago pela antiga moradia.

Depois de muito procurar e pedir auxílio para diversas pessoas, Ilza conseguiu um local para viver, no dia 23. “Foi a amiga que está hospedando a Dona Ilsa que conseguiu. Ela ficou sabendo através de amigos e como ficava dentro do valor que podia ser pago, decidiu alugar a casa”, conta Bibiana Aguiar. 

Apoio

No entanto, a mudança ainda não ocorreu, pois ela não possui móveis para que possa residir dignamente na nova residência. ”Por isso, estamos procurando ajuda, seguindo a campanha no Facebook e divulgando ao máximo de pessoas a situação, para conseguirmos arrecadar as coisas o mais rápido possível para a Dona Ilsa poder ter novamente uma casa e retomar sua vida.

A campanha realizada por Bibiana e Eliz, além de outros amigos que apoiam a causa, já fez uma lista de tudo que Ilsa está precisando: 

- Roupas de cama, lençóis, toalhas;

- Talheres, panelas, pratos, xícaras, utensílios de cozinha;

- Cama, colchão, mesa, cadeiras, sofás;

- Geladeira, armário;

- Roupas, como calça (tamanho 40/42) e sapatos (38/39);

- Alimentos e produtos de higiene. 

Quem quiser colaborar, pode entrar em contato com a Andréia Ferreira, pelo nº (55) 91956079, ou com Bibiana, (55) 91819791 ou (55)32436800. “Até conseguirmos os móveis, ela segue hospedada na casa de amigos, na rua Antônio Rodrigues, 175 (perto da Escola Júlio de Castilhos), quem quiser ajudar, também pode entregar lá as doações até ela mudar de endereço”, informa Bibiana.

“Toda ajuda é bem-vinda, e estamos otimistas que agora com a ajuda das pessoas possamos enfim ajudar a Dona Ilsa a seguir em frente e deixar pra trás os acontecimentos tristes”, finalizou a universitária.

 

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