Valor da cesta básica em Livramento no mês de junho é maior do que em duas capitais

De acordo com os pesquisadores da Unipampa, no mês passado os santanenses pagaram R$ 229,33 (duzentos e vinte e nove reais com trinta e três centavos) pela cesta básica, valor considerado 3,98% maior do que o registrado no mês de maio

Os santanenses, principalmente as donas de casa, acostumadas a acompanhar mais de perto as oscilações de preços que são notadas ao abastecer as despensas de suas residências, sentiram no bolso o que os números têm apresentado já em sequência, nos últimos meses. Ou seja, alta em alguns preços e maior gasto ao levar para casa todos os itens da chamada cesta básica. A pesquisa apresentada pelo Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pampa – Unipampa, campus de Sant’Ana do Livramento, revelou que no mês de junho, itens como feijão, tomate, batata, óleo de soja e café foram os grandes vilões, ajudando a empurrar para cima os preços. A receita conhecida e utilizada pelas donas de casa para estes casos recomenda a substituição de produtos mais caros, por outros considerados genéricos, ou de outras marcas, mas que apresentem preços menores. O exemplo mais comum, e que pode ser aplicado neste período, como recomendação dos economistas, refere-se ao caso do feijão, produto que apresenta alta pelo segundo mês seguida. O item, importante na composição da base alimentar dos brasileiros, pode ser substituído por lentilha que, em muitos lugares, apresenta preço menor.

Somente neste ano, feijão e arroz, de acordo com dados revelados recentemente, subiram cinco vezes mais que a inflação registrada no mesmo período, um reflexo da quebra da safra impulsionada pela estiagem, que afetou todas as regiões do Rio Grande do Sul. Como foi possível observar, o valor da cesta para o mês de junho foi de R$229,33.

Comparativo

Em comparação com algumas das capitais de nosso País onde são efetuadas pesquisas semelhantes, os pesquisadores da Unipampa observaram, porém, que a cesta básica, em Livramento apresenta um valor que é inferior a quase todas elas, apenas sendo superior à de Aracaju e Salvador. Segundo o DIEESE, dentre as 17 capitais, somente três apresentaram redução no valor da cesta.

“Verificamos que o valor da cesta de Sant’Ana do Livramento apresentou, no mês de junho, um acréscimo de 3,98% em relação ao respectivo valor do mês de maio. Dentre os produtos que compõem a cesta, apenas o açúcar não apresentou elevação no preço. Já entre os que apresentaram acréscimo, os produtos que mais se destacam são o tomate, com 22,47%, a batata, com 22,19%, o feijão, com 4,39%, o óleo de soja, com 3,28%, e o café, com 3,68%”, destacou o professor Carlos Cespedes, coordenador da pesquisa.

Os cálculos realizados permitem afirmar que um trabalhador, com um salário mínimo de R$622,00, necessita de 81 horas e 6 minutos de seu trabalho para adquirir a referida cesta, equivalendo a 36,87% do total de 220 horas mensais trabalhadas.

“Finalmente, gostaríamos de agradecer aos proprietários dos estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios que nos fornecem toda a informação necessária para a construção do índice da cesta básica. Também devemos destacar o trabalho efetuado pelos acadêmicos voluntários do projeto, Janice Ocaña, Patrícia Friolim, Ana Alzira Mendes e Dionara da Silva”, frisou o professor Carlos Hernan Céspedes.

 

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