Alimento mais barato em Livramento

Valor da cesta básica em Sant’Ana do Livramento caiu 0,1939% em dezembro, segundo revela pesquisa feita pelo curso de Ciências Econômicas da Unipampa

Trabalhadores santanenses ganham ferramenta para auxiliar no controle de gastos com a pesquisa de cesta básica

Essa foi a constatação a que chegaram os acadêmicos e professores do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Pampa – Unipampa, campus de Sant’Ana do Livramento. A pesquisa, realizada em 43 estabelecimentos instalados na cidade e que levou em consideração os últimos dois meses do ano de 2011, mostra que o valor da chamada cesta básica alcançou o valor de R$ 230,43 (duzentos e trinta reais e quarenta e três centavos), inferior 0,1939% ao respectivo valor do mês de novembro. A pesquisa divulgada na última quinta- -feira informa, ainda, que em média, os produtos que compõem a cesta em Sant’Ana do Livramento tiveram uma variação de 2,1% no mês de dezembro.

Os consumidores puderam sentir no bolso, nas compras que foram realizadas para as ceias de fim de ano, com a possibilidade de levar uma quantidade maior de produtos a um preço considerado mais atraente ou, pelo menos, um pouco mais acessível. A pesquisa foi feita pelos acadêmicos Gederson Gogia, Janice Oçana, Dionara, Patricia Friolim, Ana Alzira Mendez Nunes e Gregorio Dib Arena Filho, do curso de Economia, e pelo professor João Garibaldi Viana, com a coordenação do professor Carlos Hernán Rodas Céspedes.

Alimento mais barato

A frieza dos números revela que os moradores de Sant’Ana do Livramento, e mesmo os uruguaios que têm o hábito de efetuar suas compras no comércio local, tiverem em suas mesas alimentos mais baratos e, como consequência, uma sobra pequena, porém, significativa, de dinheiro no bolso. Os números comprovam, também, as previsões da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que dizem que as vendas dos supermercados do Estado cresceram 8%, em relação ao ano passado, na semana que antecedeu o Réveillon.

Pesquisa

Para o coordenador da pesquisa, professor Carlos Hernán Rodas Céspedes, a atividade terá um caráter permanente. Céspedes conta que o levantamento iniciou em novembro, mas a pesquisa vem já sendo trabalhada desde abril de 2011.

“O primeiro passo foi encontrar um consenso entre os professores para saber quais índices queríamos. Depois, procuramos o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) onde levantamos informações sobre a metodologia. Depois, fomos conhecer o universo dos estabelecimentos comerciais em Livramento, e através de uma carta que enviamos ao secretário da Fazenda, Irani Cobas, separamos entre 2.000 estabelecimentos comerciais, 830, e destes, retiramos uma mostra de 43, de forma aleatória, para incorporar todos os bairros da cidade, ou seja, fizemos um trabalho em cima das principais redes, porque fomos atrás, também, dos pequenos estabelecimentos.

Esse levantamento dos preços foi realizado a partir de novembro, e com dois meses foi possível chegar ao resultado. Já em novembro, conseguimos calcular a cesta do mês e, com o cálculo de dezembro, chegamos a um novo valor. Houve uma queda no valor, embora não seja significativa, mas, em relação às mesmas cestas de Porto Alegre e São Paulo, posso adiantar que aqui o valor é 20% inferior. Por outro lado, no item carne, foi considerado o mês de novembro, as do tipo coxão de dentro e coxão de fora, mas em uma apresentação pública feita aqui na Unipampa, uma pessoa questionou por que não consideramos os tipos de carne mais populares. Então, retornei o contato com o DIEESE, que disse que pegaram coxão mole e patinho. Assim, no mês de novembro, considerei agulha, paleta, coxão de dentro, de fora e alcatra. Por isso, o valor médio da carne para Livramento está em torno de R$ 14,00. Isso pode gerar alguma controvérsia, mas o trabalhador aqui de Livramento pode, sim, ter o direito de levar para casa uma carne melhor”, frisou o professor, ao explicar em entrevista os passos que foram dados no decorrer da pesquisa.

Conclusão

Carlos Cespedes disse, ainda, que a pesquisa pode servir como instrumento importante para os trabalhadores. “A importância da nossa pesquisa mostra que o trabalhador pode acompanhar mês a mês o valor de compra com o seu salário. Assim, o trabalhador pode saber se está levando para casa uma cesta mais cara ou mais barata. Da mesma forma, a nossa pesquisa reporta o valor da inflação dos preços daqueles treze produtos. Esta variação dos preços em média ponderada, foi inferior ao mês de novembro. Quem acompanhar esses indicadores já vai poder conhecer a quantas andam os preços relativos. A sua renda em relação ao custo da cesta básica. Essa pesquisa tem um caráter ainda preliminar e vamos melhorá-la. Queremos que nos próximos meses a nossa pesquisa não tenha dúvidas sobre o tipo de carne, por exemplo. Vamos aos poucos consolidá-la”, afirmou o professor.

 

Por Por Cleizer Maciel

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