Arroz empurra o valor da cesta básica em Sant’Ana do Livramento e consumidores sentem no bolso

Pesquisa feita em estabelecimentos comerciais da cidade revela que os santanenses estão pagando por uma das mais caras cestas do Brasil

No mês de setembro, os preços dos produtos que compõem a cesta básica de Sant’Ana do Livramento apresentaram leve aumento de + 0,41% em relação ao respectivo valor do mês de agosto.

O valor da cesta básica ficou em R$ 251,13, enquanto, no mês anterior, o seu valor foi de R$250,11.

O preço do quilo de tomate, principal responsável pela elevação do custo da cesta nos dois meses anteriores, continuou alto, R$ 4,21, em média, e, embora o seu preço tenha sofrido leve queda em relação ao mês anterior, – 3,88%, o seu valor em relação à média do primeiro semestre é ainda superior. Nas duas últimas semanas do mês passado, em quase metade dos 43 estabelecimentos pesquisados, foi percebida uma tendência decrescente no preço deste produto, que poderá se consolidar até o fim do mês de outubro.

Os preços dos produtos que apresentaram maior alta foram os da batata e do arroz, 18,25% e 5,69%, respectivamente.

Já pelo lado dos produtos que apresentaram queda, destacam-se o tomate, -3,89%, e, a carne, -0,68%. Pelo fato do ponderador do gasto com batata estar situado em torno de 3,5% no cálculo índice, a pronunciada elevação do seu preço teve pouca repercussão sobre o custo da cesta.

Além da batata e do arroz, os demais alimentos que compõem a cesta básica tiveram leve aumento que, como pôde ser constatado, não afetaram fortemente o custo da cesta básica.

Em Porto Alegre, registrou-se o maior valor da cesta básica de todo o Brasil, R$ 311,44.

A seguir, ficaram os resultados de Florianópolis e de São Paulo, R$ 310,92 e, R$ 309,08, respectivamente. Com base no cálculo do valor de Porto Alegre, o DIEESE sugere que o salário mínimo deveria ser de R$ 2616,41, ou seja, 4,21 vezes o básico de R$ 622,00.

“O resultado final para nossa cidade permite estabelecer que o trabalhador santanense remunerado com o salário mínimo de R$ 622,00 (correspondente a 220 horas mensais), necessitou de 88 horas e 49 minutos para adquirir a cesta básica, 22 minutos a mais que no mês anterior.

Finalmente, repercutimos neste informe uma nota divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, através do qual se faz conhecer que, entre 2008 e 2009, os gastos com alimentação, entre empregados privados e domésticos, representaram 17,1% e 23,3% da renda dos respectivos trabalhadores.

Em Sant’Ana do Livramento, no mês de setembro, o gasto com a cesta básica representou 40,86% do salário básico. A desproporção pode ser explicada pelo fato da renda considerada pelo IBGE não representar o salário básico, mas sim a renda média mensal dos respectivos trabalhadores.

Como sempre, agradecemos a valiosa colaboração dos proprietários dos estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios, que nos brindam toda a informação necessária para a construção do índice da cesta básica.

Também, destacamos que o presente informe não seria possível sem o trabalho eficiente do bolsista Gederson Gogia e dos acadêmicos Janice Ocaña, Patrícia Friolim, Ana Alzira Mendes e Dionara da Silva, que atuam de forma voluntária na coleta dos preços”, finalizou o professor Carlos Céspedes, coordenador do projeto.

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