Curso de formação foca Economia Solidária e seus agentes no município

Desde a última terça, educadores trocam informações com integrantes do Fórum local de Economia Solidária

A formação aconteceu na sede do Núcleo de Estudos Fronteiriços em Livramento

Fomentar o desenvolvimento da chamada Economia Popular e Solidária, iniciativa responsável pela geração de renda de um grande número de famílias em diversas cidades do país e também em Sant’Ana do Livramento. Esse foi o objetivo da formação ocorrida na tarde da última terça-feira, nas dependências do Núcleo de Estudos Fronteiriços que foi ministrada pela FEA – Fundação de Economia e Associativismo para pelo menos 30 pessoas de diversas cidades da região e que integram doze entidades. A zona de fronteira com Uruguai e Argentina, tradicionalmente tem um modelo de produção baseado na pecuária extensiva.

Agora este conceito está mudando com a introdução de novas tecnologias de produção e de organização do setor produtivo. Uma das alavancas para o desenvolvimento econômico e social é a economia solidária. O trabalho cooperativo terá um reforço importante. A Fundação de Educação para o Associativismo(FEA/COLACOT) vai desenvolver um projeto de organização e orientação de grupos e empreendimentos.

Nesta semana, dirigentes da FEA/COLACOT estão visitando as cidades de Alegrete, Sant’Ana do Livramento, Uruguaiana, Bagé e Quaraí para estabelecer contato e definição de locais para a realização de cursos, seminários e reuniões técnicas. O Presidente da FEA, Rogério Dalló, destaca que serão realizadas três conferências na região e um estudo técnico de viabilidade dos empreendimentos solidários.

Outra ação será a qualificação dos dirigentes dessas organizações sobre a gestão do negócio solidário. Dalló explica que até outubro esta fase do trabalho deverá estar concluída. “A meta é oferecer um suporte técnico e de gestão para o avanço desse modelo de organização da atividade produtiva”, disse.

De acordo com o educador Pedro Figueiredo, responsável pela aplicação da formação em Sant’Ana do Livramento, o empreendimento corporativo é o foco da tentativa de, além de um processo de formação, trabalhar um processo de articulação dos pequenos grupos chamados de Economia Solidária. Figueiredo lembrou a iniciativa do governo federal através da FEA, pela parceria em patrocinar o evento que aconteceu em Livramento. “Esse curso aqui é mais direcionado aos gestores para sensibilizá-los para a necessidade de uma maior visibilidade. Queremos mobilizar, articular o poder público com vistas a fortalecer a economia cooperativada”, frisou.

Pedro Figueiredo, ao ser questionado sobre o estado de organização dos pequenos agregados, disse que o momento é de rearticulação. “Eles estão muito desarticulados. As pessoas trabalham como podem e a preocupação da secretaria nacional é que esses grupos se articulem em vista das políticas públicas, uma vez que a tendência é que estas nasçam de baixo para cima. Temos como exemplo o pessoal da Coopergema, da cidade de Quaraí, que precisa de R$30.000,00 (trinta mil reais). Isso é troco para o poder público, mas é muito para os trabalhadores que podem, com esse recurso, gerar em torno de quarenta novos empregos. Precisamos reorganizar isso para que as pessoas possam ter acesso à esses recursos”, afirmou. Pedro Figueiredo disse também que o artesanato da lã dialoga diretamente com a região, e dá valor maior ao produto. “Temos que tirar do isolamento esses produtos que podem obter um valor muito maior, mas que ainda estão muito distantes porque não têm como escoar a sua produção”, destacou.

Durante toda a tarde, os envolvidos trocaram ideias e receberam dicas de fomento para o crescimento da sua produção. Para o santanense Sergio Levy, integrante do Fórum de Economia Solidária de Sant’Ana do Livramento, a capacitação é de extrema importância para fazer um levantamento do que está sendo feito na região e saber os desafios. “Precisamos saber onde o poder público entra nesse processo. Infelizmente, não puderam vir todas as cidades da região, mas as que vieram trouxeram muita informação. Em Livramento, estamos em um processo bem inicial. Nosso grande desafio é conseguir um local para gerar cursos profissionalizantes e para a própria comercialização. Muitas vezes, temos que montar a feira em praças, e em dias chuvosos temos que desmontar e não temos como comercializar”, frisou. Sergio Levy disse: “Também há a necessidade da captação de recursos, uma vez que há a promessa de um terreno, mas temos que gerar recursos para esta construção que é para o bem de todos os empreendimentos”, afirmou Levy. A capacitação teve continuidade na tarde de ontem, com a participação de boa parte dos 28 empreendimentos que estão cadastrados em Sant’Ana do Livramento.

O resultado da formação deverá ser observado nas próximas ações dos empreendores que já atuam, tanto em Livramento, quanto nas demais cidades da região. Para o educador Pedro Figueiredo, o desafio é grande, mas a busca incessante por qualificação e a ampliaçaõ dos debates em todas as cidades da região pode auxiliar no desenvolvimento maior e cada v ez mais rápido com resultados mais efetivos.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.