Existem realmente benefícios medicinais? Qual a opinião de um ex-usuário?

Entenda por que os benefícios são bem menores do que os malefícios no uso contínuo da droga

O assunto abriu grandes discussões em torno de um tema que parece banalizado por grande parte das pessoas. Mesmo assim, poucas pessoas deram declaração tão forte quanto o jovem E.B. Leia trecho da conversa: “Eu fumei maconha por 10 anos e hoje fazem outros dez anos que deixei de usar. Como resultado disso, minha filha nasceu com uma pequena lesão no cérebro e ela faz tratamento até hoje. A doença é de causa hereditária e provém do usuário. Eu conheço uma geração de crianças que tem este mesmo problema e todos são filhos de pessoas que eram usuários de maconha. A maconha é uma coisa séria, e traz problemas não só para os usuários, mas até para os filhos dos mesmos”, destacou em sua forte declaração, E. B. Para abandonar o uso constante, o entrevistado destacou que não precisou realizar nenhum tipo de tratamento. “Eu fumava e tomava um trago e depois curtia o momento. Mas quando entrava em casa e notava que era um pai de família, a viagem se tornava diferente, estava de volta ao planeta Terra. Quando você tem família não cola esta que você não está no mundo real, a viagem é só quando você é solteiro. É bem coisa de vagabundo mesmo, de quem não tem o que fazer. Duvido alguém que trabalha, que educa filho, que paga conta, e que vai andar fumando maconha. Isso é coisa de vagabundo”, destaca E. B., que concedeu entrevista ao Jornal da Manhã da RCC FM.

Muita discussão ainda deve ocorrer em torno do tema, porém é necessário que as pessoas entendam alguns pontos que precisam ser esclarecidos, como os efeitos da maconha no organismo.

Efeitos da maconha

Maconha vicia, causando dependência física e psicológica, contém THC (tetraidrocanabinol), substância que causa alterações na memória, atenção, concentração e na noção de tempo e espaço. Maconha é dez vezes mais cancerígena que o tabaco. O THC é lipossolúvel, ou seja, solúvel em gordura, podendo ficar até 25 dias no cérebro do usuário.

Maconha causa esquizofrenia, afirmam o psicoterapeuta Paulo Campos Dias, da clínica Reviva, e a psiquiatra Lucinda do Rosário Trigo, diretora da clínica Conviver. Esquizofrenia é uma doença mental grave, sem cura, e caracterizada por ideias delirantes, impressão de estar sob a influência de forças estranhas. Eles alertam: a maconha está induzindo pessoas a quadros psiquiátricos graves como a esquizofrenia e a psicoses agudas. Causa também síndrome amotivacional, perda da capacidade de fazer coisa simples. A maconha aumenta o risco de derrame, revela estudo feito nos Estados Unidos pelo Instituto Nacional Sobre Abuso de Drogas e pelo Instituto Nacional de Saúde. Os resultados indicam que a maconha atrofia vasos sanguíneos e já há vários casos de derrame entre jovens usuários de maconha. O estudo confirmou também que maconha potencializa o risco de perda de memória.

O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje, há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo – ou seja, criar uma maconha que não dê “barato”.

Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental.

(O entrevistado teve preservado seu nome por opção própria, apesar de conceder entrevista, afirmando abertamente sua posição e nome).

Efeitos em curto prazo

Inicialmente, estado de euforia, com sensação de bem-estar e felicidade, que é seguido por relaxamento e sonolência; Risos e gritos espontâneos, como reação a qualquer estímulo verbal; Perda da definição do espaço e tempo (um minuto pode parecer uma hora e as distâncias parecem ser maiores do que realmente são); Diminuição da coordenação motora, perda do equilíbrio e estabilidade postural; Alteração da memória recente; Maior fluxo de ideias, com pensamentos muito mais rápidos do que a capacidade de falar, dificultando a comunicação oral, a concentração e o aprendizado e desenvolvimento intelectual; Aumento da frequência cardíaca; Hiperemia das conjuntivas (os olhos ficam vermelhos); Aumento do apetite. As doses mais elevadas podem causar alucinações, ilusões e paranoias; Incapacidade para o ato sexual; Sensação de extremidades pesadas; Medo da morte; Ansiedade e angústia que podem levar ao pânico.

Efeitos em longo prazo

A extensão dos danos decorrente do uso da maconha por grandes períodos, se restringe, basicamente, ao sistema respiratório e cardiovascular:

Dor de garganta e tosse crônica;

Maior risco de desenvolver câncer de pulmão;

Aumento do risco de desenvolver doença coronariana e isquemia cardíaca;

Percepção do batimento cardíaco;

Depressão das defesas do organismo, facilitando infecções.

É importante ressaltar que, durante a amamentação, a mulher pode passar as substâncias para a criança através do leite materno e, por prejudicar a saúde e ainda poder causar vários problemas secundários ao seu uso, a maconha é uma substância que não deveria ser usada, assim como no caso do cigarro e álcool.

 

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2 Comentários

  1. turcos

    Nunca fumei maconha, mas não descarto a oportunidade de um dia experimentar. Achei bastante preconceituoso o tom desta reportagem, pois se a maconha tem maleficios, ela também tem aspectos positivos. No minimo melhor do que a combinação alcool/tabáco ela é. Devemos parar de aceitar essas duas drogas e não aceitar a maconha. Quero dizer..ou aceitamos as 3 ou não aceitamos nenhuma, devemos ser coerentes.

  2. wpm

    não concrdo com q disse E.B. q seja coisa de vagabundo e de solteiro acho q isso parte de cada um,fuma maconha qm ké ,conheço muitos casais q fumam maconha educam seus filhos e pagam suas contas com o suor do seu trabalho e acho tbm q o Uruguay esta de parabens pela atitude de dar o primeiro passo para a legalização ta comprovado q em paises q legalizaram a maconha foi um sucesso e prova q com a legalização diminuiu o trafico e o numero de usuarios de todos os outros tipos de drogas.Sem falar em seu beneficio medicinal e acho q não pode ser discutido com politicos para decidir nada e sim profissonais da saude como medicos.

    Eu acho q falta informações verdadeiras para a população e fica muito mais facil criticar do q procurar se informar.O neurocientista Roberto Lent, professor e pesquisador da UFRJ, lança o livro “Sobre neurônios, cérebros e pessoas”, que revela curiosidades e derruba mitos relacionados ao cérebro humano.
    Nós mesmos produzimos maconha! – A afirmação pode parecer uma louca viagem, mas tem fundamento científico: nosso cérebro produz uma substância da mesma família da maconha (Cannabis sativa). Seu papel é modular a conversa entre os neurônios: em alguns momentos mais animada, em outros mais lenta. Essa espécie de “endomaconha” (o nome científico é endocanabinoides) é que deixa você mais sonolento ou mais ligado. A descoberta dessas substâncias foi feita a partir de uma pergunta simples: por que nosso cérebro é capaz de reconhecer as propriedades de uma planta? Porque nosso corpo produz alguma coisa parecida. Lent explica que nossos neurônios possuem “leitores” em suas membranas, que, ao entrar em contato com uma substância, leem e enviam uma resposta para o resto do corpo. Neste caso, atuando nas sinapses. Mas isso não significa que a maconha não causa males, diz Lent. Pelo contrário: quando se fuma, vem muito mais do que canabinoides. Além disso, nosso cérebro não produz sua própria maconha descontroladamente. Ninguém vai sentir “barato” algum por causa dela.

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