Legalização da maconha no Uruguai

Prós e contras sobre o consumo e comercialização de maconha no país vizinho reacende discussão na Fronteira

Os deputados uruguaios aprovaram, esta semana, o projeto que coloca sob responsabilidade do Estado a comercialização da maconha, que poderá ser cultivada em casa ou comprada nas farmácias. A lei depende apenas da ratificação do Senado, que é dada como quase certa, porém, sem data definida. A votação deve acontecer até o fim do ano.

Com isso, a população de Livramento reacende o debate sobre a legalização da maconha no Brasil, medida que traz à tona a discussão sobre a eficácia das políticas de combate ao tráfico de drogas no Brasil.

De acordo com a Dra. Ana Maria, psicóloga do CAPS/AD e funcionária do setor de psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia, “as medidas liberalizantes aumentam o consumo, portanto, a glamourização da maconha sugere um aumento no número de acidentes de trânsito, pior desempenho escolar, mais esquizofrenia e mais uso de drogas”.

Estudos relacionados à saúde comprovam que o uso contínuo de cannabis aumenta em 4 vezes a chance de um indivíduo desenvolver esquizofrenia, e em 2 a chance de se desenvolver psicose breve. Além do mais, dirigir sob o efeito da maconha é tão prejudicial quanto o efeito do álcool, e que o uso continuado causa dependência em 37% dos usuários.

A psicóloga avalia, ainda, que “o uso terapêutico da maconha é provável e potencial, mas tem sido divulgado como verdade científica, antes da comprovação sistemática”. Com isso, a população é a maior prejudicada, pois acaba ficando confusa, em dúvida sobre os efeitos do entorpecente.

A Delegada da DPPA, Dra. Geovana Ferreira Miller, acredita que após a legalização pelo Senado do uso da maconha, as pessoas vão ficar mais livres para adquirir o produto. Outra preocupação é com as pessoas de dupla nacionalidade. Elas poderão adquirir e consumir a maconha lá, mas não poderão utilizar aqui no Brasil. Se for pego utilizando maconha aqui, passará pelo procedimento padrão, assinará termo circunstancial, porque aqui é considerado crime.

“Mesmo que a compra seja legal, não pode ser utilizada no Brasil. As pessoas precisam ter consciência. A ONU acredita que é uma forma de diminuir o tráfico, mas a droga é maléfica. A maconha é uma porta de entrada para drogas mais fortes”, salientou.

Mesmo sendo uma atitude pioneira do país vizinho, no Brasil continua tudo igual. Em Rivera, cidade uruguaia que faz fronteira com Sant’Ana do Livramento, as opiniões sobre a legalização da maconha também se dividem — assim como a votação apertada, de 50 deputados a favor, e 46 contra, que garantiu a ida da proposta para o Senado.

Alguns moradores acreditam ser um avanço, outros veem como retrocesso. Em ambos os lados, nota-se a falta de informação sobre os detalhes do projeto. A lei veta a publicidade da maconha, e a venda será realizada somente nas farmácias. A lei ainda prevê que se possam criar clubes com 15 a 45 sócios para a produção, e um clube poderá cultivar no máximo 99 pés de maconha, assim como um usuário somente poderá cultivar em casa até 6 exemplares, com uma produção máxima de 480 gramas ao ano, e poderá adquirir até 40 gramas por mês. Essa também é a quantidade máxima que o indivíduo poderá ter consigo.

O argumento do governo é que a legalização acabará com os cartéis do tráfico, principais geradores de violência. Outra aposta é que a oferta legal de maconha desestimule o consumo de drogas mais pesadas.

É sabido que as drogas mais usadas são as lícitas (álcool, tabaco e medicamentos) e que entre as ilícitas destaca-se o uso da maconha, devido ao baixo custo, muita oferta e o efeito entorpecedor que causa.

Através da Comunicação Social da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, fomos informados que a Polícia Federal acompanha as informações e a tramitação do projeto através da sua adidância no Uruguai e não irá se manifestar sobre o assunto, tendo em vista que a lei ainda não foi aprovada.

Contra: Ivanir é totalmente contra o uso da maconha. Acredita que, “mesmo hoje, com a repressão que há contra o uso do alucinógeno, as pessoas continuam usando e se viciando. Imagina quanto ao uso liberado, coitadas das famílias”, concluiu.

 

 

 

A favor: Anderson é a favor da legalização. Ele acredita que proibir é pior. “Vai ser melhor assim, as pessoas não precisarão ir à boca de fumo, para adquirir o produto. Elas poderão adquirir nas farmácias, ou até mesmo cultivar sua planta, em sua residência. Além disso, o Uruguai mostra que é um país que esta muito à nossa frente, tendo o controle total de usuários”, concluiu o jovem.

 

 

Contra: Andréia é contra a legalidade, ainda mais porque a droga está tomando conta do país vizinho, e também Livramento. Ela frisou que é totalmente contra. “Vai piorar a situação, os jovens vão ter acesso mais fácil para adquirir uma droga antes proibida”.

 

 

 

A favor: Pâmela Michelle é a favor da liberação da maconha. “Apesar de não ser usuária, respeito quem é. E acredito que a maconha no Uruguai será liberada com restrições, e que o estado terá controle total dos usuários, em banco de dados. O dependente também terá limite na quantidade de maconha, que poderá adquirir por mês”, esclareceu a jovem.

 

 

 

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