Partos domiciliares: você é a favor ou contra?

Polêmica levantada através de vídeo na internet divide opiniões.
É possível realizar este procedimento em Sant’Ana do Livramento?

Dra. Ana Paula Brunet Assmann - ginecologista e obstetra

Há muitas mulheres que vivem longe de centros urbanos e fazem seus partos em casa. Apesar de não haver uma estatística oficial, estima-se que, ao ano, sejam realizados 40 mil partos domiciliares no País, a maioria deles assistidos por parteiras tradicionais das Regiões Norte e Nordeste.

 

Na região norte, as parteiras tradicionais são consideradas patrimônio humano e social. Em maio desse ano, o Amapá promoveu o II Encontro Internacional das Parteiras Tradicionais. Mais de 90 profissionais desse estado frequentaram oficinas sobre procedimentos de assistência a partos (novas técnicas, higiene, prevenções, uso correto dos equipamentos médicos, dentre outros) e, ao fim do curso, cada uma recebeu um kit parteira, do programa Rede Cegonha do Ministério da Saúde.

Sempre há notícias de mulheres que deram à luz no meio da rua, no trânsito a caminho do hospital, ou em casa, com o auxílio de bombeiros ou de alguém da família. Ninguém nega a importância do avanço tecnológico da medicina, mas, a princípio, gravidez não é doença e parto não é cirurgia.

Um vídeo postado no You Tube está fazendo o maior sucesso, pois filma o parto em casa, sem anestesia e com a ajuda de uma equipe de profissionais de saúde. A postagem levantou a polêmica sobre as vantagens e riscos do parto humanizado domiciliar. No entanto, quando planejados, os partos domiciliares são feitos por profissionais qualificados e possuem uma estrutura que assegura a saúde da mulher e da criança. Fora as parteiras tradicionais, o profissional que atende o parto domiciliar é médico, enfermeira obstetra ou obstetriz, formados em cursos superiores e com experiência em atendimento de partos normais, com e sem complicações.

Para entender melhor como este procedimento pode ser considerado a nível de Sant’Ana do Livramento, a reportagem de A Plateia conversou com Ana Paula Brunet Assmann, ginecologista e obstetra, que esclareceu a questão tão polêmica. De acordo com a profissional, não existem profissionais que realizem este serviço aqui na cidade. “O serviço de parteiras funciona somente no hospital. Até onde eu sei, elas não fazem acompanhamento domiciliar”, esclarece a médica.

Quais os riscos que o parto humanizado domiciliar oferece?

Segundo a Dra. Ana Paula, o trabalho de parto, enquanto ocorre bem, sem nenhuma intercorrência, é um processo tranquilo. “Mas para qualquer coisa que porventura possa acontecer no decorrer do trabalho de parto, faz-se necessário um serviço hospitalar que possa dar suporte tanto para a mãe, quanto para o bebê”, destaca.

Além disso, durante o trabalho de parto, existem vários fatores que são acompanhados na paciente, como a pressão arterial, batimentos cardíacos do bebê, entre outros. “Então, para isso tudo, a gente precisa de alguém especializado, fazendo esse acompanhamento no domicílio que, volto a dizer, até onde eu sei, não existe em Livramento”, declara.

Mas, é possível realizar esse parto em casa?

“Nas nossas condições atuais, eu acho muito difícil, pois não temos esse suporte de acompanhamento a domicílio. Até porque, para que houvesse esse atendimento domiciliar, deveríamos ter material esterilizado para fazer o clampeamento (corte) do cordão, por exemplo. Tudo isso é necessário para não correr o risco de infecção no bebê”, lembra a Dra. Ana Paula.

E quando o bebê nasce antes de chegar ao hospital?

“Muitas vezes, o parto domiciliar acontece quando as pessoas ganham em casa, mas imediatamente são levadas para o hospital. Uma vez no hospital, é feita toda a revisão do parto, avaliação da placenta, se todo o seu conteúdo saiu de dentro do útero, avaliação da saúde do bebê, entre outros procedimentos. Aqui na cidade, na grande maioria das vezes, a paciente que tem um parto acidentalmente em casa é levada imediatamente para o hospital, onde recebe todos os cuidados necessários”, completa.

PARTO HUMANIZADO DOMICILIAR: QUAL SUA OPINIÃO?


Cíntia Moreira “Eu não fiz e nem teria coragem. Para mim, a mãe e o bebê têm que ter toda a assistência, a melhor possível”.

 

 

 

 

Gisele Alves Clips  “Eu faria!”

 

 

 

 

Janaina Policarpo “Certamente não faria, acho arriscado para a saúde da mãe e do bebê”

 

 

 

 

Luis Gustavo Torres “Eu, como pai, não deixaria. É um risco.”

 

 

 

 

Paula Vestena: “Medo de perder meu filho. Ou ter que escolher entre a vida dele ou a minha”

 

 

 

 

Neidaw Ribeiro: “Não fiz, mas faria, porque creio que nossos lares são bem menos contaminados que os hospitais e também seríamos mais bem atendidas”

 

 

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