Depois da seca, agora é a geada que assusta os produtores de Sant’Ana do Livramento

Condições do clima desfavorecem a produção e podem aumentar ainda mais os prejuízos que já se acumulam nos quatro cantos do município, seguindo a tendência do Estado

Primeiro foi a estiagem, prolongamento do verão de sofrimento para produtores de todos os tamanhos, que contabilizam perdas e pensam, inclusive, em mudar de ramo, caso as condições climáticas não os favoreçam em um curto espaço de tempo.

Assim como nas demais regiões do Estado, Sant’Ana do Livramento também vê o decréscimo dos números da produção, o que terá efeito no bolso dos consumidores que já pagam um preço mais alto por boa parte dos produtos que precisam ser consumidos e são considerados artigos de primeira necessidade. A seca no Rio Grande do Sul, que já dura oito meses, já causou prejuízos bilionários em todas as regiões do Estado, onde os produtores clamam por auxílio do governo para conseguir sobreviver e permanecer no campo. Para quem atua no setor em Sant’Ana do Livramento, a realidade não tem sido diferente, porém, agora com um agravante.

Aliada à falta de água, as primeiras geadas do inverno rigoroso que se avizinha tendem a reduzir as áreas de pastagem, alimento do gado que, se já estava emagrecido e produzindo pouco leite em razão da escassez de água, agora pode reduzir ainda mais a produtividade pela falta do alimento. Para o produtor Carlos Roberto Gonçalves, 57 anos, em uma área de 14 hectares no Cerro dos Munhoz, a produção tem se resumido apenas ao consumo da família. Tenho poucas vacas e alguns cavalos e, mesmo assim, a situação está muito complicada. O que produzimos aqui não é para comercialização, com exceção daquilo que é excedente mas, agora nem pensamos em comercializar nada extraído daqui. Meu açude está ralo e é preciso estar sempre de olho nos animais. A alternativa é pastagem para as vacas de leite e as ovelhas. São dois hectares e meio de pastagem que, pelo tamanho da minha produção, é suficiente, mas a geada pode acabar estragando tudo”, disse ele.

Para o pequeno produtor, a alternativa é plantar ou investir nos silos. Tenho acompanhado o sofrimento dos meus vizinhos que são produtores de leite, por exemplo, e estão com seus empreendimentos comprometidos. A situação é muito complicada”, frisou ele.

Cleizer Maciel

cleizermaciel@jornalaplateia.com

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