16 de maio – Dia do Gari

“Trabalhadores invisíveis” comemoram, hoje, o seu dia

Derli Fagundes é um dos sete profissionais responsáveis por manter o centro da cidade limpo

Viver em uma cidade de ruas limpas e conservadas é desejo de todos, mas, para este sonho se tornar realidade, precisamos de um profissional que, muitas vezes, passa despercebido pelas ruas do centro da cidade.

Surgidos no tempo do Império, na cidade do Rio de Janeiro, os coletores de lixo trabalham todos os dias, faça chuva ou faça sol, recolhendo o lixo de residências, edifícios comerciais, varrendo ruas, praças e parques. Eles também capinam a grama, lavam e desinfetam vias públicas.

Com uma jornada árdua, os coletores de lixo trabalham todos os dias com seriedade e dedicação, apesar da profissão ser árdua e da jornada de trabalho ser sacrificante, uma vez que há um déficit de profissionais na cidade, que antes contava com 12 garis e hoje tem apenas 7 pessoas.

Uma dessas sete pessoas é Derli Fagundes, de 43 anos, que trabalha na limpeza pública há mais de nove anos. Ele conta que sua principal função é manter a cidade limpa. “O que tem no chão vamos levantando, seja papel, folha…”, conta. Um dos problemas enfrentados pelo profissional é a falta de colaboração da população, tendo em vista que são poucos profissionais para manter limpa toda nossa cidade. “Fazemos o que podemos, mas a maioria da população não colabora, viramos as costas e já está tudo sujo novamente”, conta Derli.

Os garis André Oscar e Jesus são responsáveis por manter a Silveira Martins livre de folhas e lixo depositados nas calçadas

Segundo Derli, o inverno é uma época boa para trabalhar, se comparado com a época de fim de ano, quando há mais pessoas na cidade e o serviço dobra. Sobre preconceito, ele conta que nunca foi destratado pelas pessoas, e que às vezes até recebe elogios. “Eu gostaria de pedir a colaboração do pessoal, principalmente os que saem das lojas e jogam as sacolas no chão”, apela. Derli ainda reconhece que faltam lixeiras nas ruas, e que locais como os canteiros no terminal dos ônibus viraram depósito de papéis e tocos de cigarro.

De pai para filho

André Oscar Gonçalves, 30 anos, é gari há 10 anos e conta que herdou a atividade do pai, que exerceu a profissão durante 20 anos. Na opinião dele, a profissão continua desvalorizada, e os garis com excesso de trabalho. “Estamos trabalhando muito, em função da falta de pessoal e também porque a população é descuidada. Todo o centro está sujo, não tem um local limpo na cidade”, avalia. André Oscar ainda lembra que com a chegada do outono, o trabalho dos garis aumenta, com a queda das folhas, principalmente na Rua Silveira Martins, rota praticada por ele durante a semana.

Aos 47 anos de idade, Jesus Machado trabalha como gari há 17. Responsável pela limpeza da Silveira Martins junto com André Oscar, ele conta que os locais mais precários da cidade são as saídas de banco, onde a população picota os papéis e joga na calçada, e saídas de colégio e padarias, em que as pessoas jogam as sacolas de suas compras no chão. “Infelizmente, o povo não ajuda. Falam tanto em educação, mas ensinar a manter a limpeza das ruas não ensinam”, desabafa.

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