Sem o EPI, braços cruzados!

Servidores da pasta de Serviços Urbanos cruzaram os braços e se negaram a trabalhar, indignados com o panfleto distribuído pelo Executivo

Um panfleto, impresso de ambos os lados, no tamanho de folha A4, com o título “Governo Municipal assegura avanços e conquistas para servidores públicos”.

Esse foi o estopim para que cerca de 20 servidores públicos municipais antecipassem a paralisação de 3 dias prevista para iniciar segunda e, na manhã da sexta-feira, cruzassem os braços. Desde as primeiras horas da manhã, os servidores da Secretaria de Serviços Urbanos, reivindicando o EPI – Equipamento de Proteção Individual, se negaram a sair. “Exigimos o mínimo necessário. Não temos desde o uniforme até o EPI para trabalhar” – disse Paulo Vasconcellos. Salienta que a reivindicação é básica e que já havia pedido para 2010. “A secretária nos explicou que já está feito o empenho, a gente vai esperar” – disse.

Gerson Pereira, o popular Jacaré, diretor de Formação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que foi até a sede da pasta – o antigo Curralão – prestar apoio aos trabalhadores, disse que a situação era constrangedora.

“Os trabalhadores estavam preparados para sair para sua jornada diária de trabalho, quando chegou o secretário geral de governo (Carlos Eduardo Miranda Alves) que ofereceu um panfleto para constranger o trabalhador, com fotos de máquinas, carros. Aí perguntamos: é possível que um trabalhador de ponta, que vá capinar, vá fazer limpeza, vá de chinela de dedo? Ou será que trabalha dentro dessas viaturas que mostra o papel? Que avanço houve para o trabalhador? Que conquista? Falácia!” Ele sentenciou que os trabalhadores só sairiam do pátio da Secretaria de Serviços Urbanos com o EPI completo. “E tem que ter certificado do Inmetro” – refere. O sindicalista contestou veementemente o conteúdo do panfleto que também enfoca as propostas apresentadas aos municipários em 2014 e lista, sob o título “Melhores condições de Trabalho”,uma série de veículos que estão nas fotos, e cita a reforma de 10 escolas municipais.

O EPI

O equipamento básico de EPI
1 – Capacete de segurança
2 – Óculos
3 – Máscara
4 – Colete suspensório tipo X refletivo em laranja e branco
5 – Macacão de tecido reforçado
6 – Cinto refletivo LB
7 – Luvas plásticas
8 – Luvas de couro reforçadas
9 – Botinas
* Dependendo da tarefa, devem ser usados protetores auriculares, protetores de canelas e joelhos, entre outros equipamentos orientados pela Comissão Interna de Prevenção a Acidentes

Palavras mais ásperas

Em determinado momento, os ânimos chegaram a ficar mais exaltados.

Um princípio de discussão e uma troca de palavras ásperas foi constatada entre o sindicalista Gerson Pereira e a secretária Ana Aseff, titular da pasta de Serviços Urbanos.

Gerson Pereira, o Jacarémostra o panfleto para a secretária Ana Aseff, após uma intensa discussão, com palavras mais ásperas

“Estava tranquila porque estava tudo acertado para a paralisação de 3 dias na segunda-feira. Parece que o que tumultuou foi a chegada do panfleto aqui na Secretaria” – disse Ana Aseff. “A partir de então eles pararam, alegando que não tem EPIs e que há imagens de veículos no papel. Acho que usaram como subterfúgio para não sairem para cumprir com as atividades” – referiu.

A secretária disse que já foi feita a licitação para a aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual em suficiência para todos os servidores. “Já mostrei a eles, inclusive o empenho. O material já está comprado, só falta chegar e se eles já aguentaram tanto tempo sem, a gente não forneceu no ano passado porque não tinha previsão. Nesse ano a gente licitou, está por chegar, aguardamos a empresa vencedora. Só que eles estão impacientes, vão antecipar a greve” – disse a secretária.

Ana Aseff disse que entende como legal e lícita a mobilização e o exercício do direito de paralisação, porém ressalta que a expectativa era de que ocorresse na segunda-feira. “Não posso arrastá-los. Agora, o governo vai estudar para tomar uma atitude. Eu também, antes de ser secretária, sou servidora pública de quadro também. Só não gosto que radicalizem ou que seja tumultuado” – complementou.

 

 

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