“Medicina Popular” faz parte do cotidiano dos santanenses

Hábito de comprar produtos medicinais para combater enfermidades mais simples é comum entre a população

O esforço do homem para compreender e usar as plantas, na alimentação e como medicamento, é muito antigo e perde-se no tempo. Menosprezada pelos mais “cultos”, durante muito tempo, a importância da medicina popular veio a ser reconhecida em maio de 1978, através de uma Resolução da Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde, que deu início a um programa mundial com o objetivo de avaliar e utilizar os métodos da medicina popular, nos quais se incluía o recurso à fitoterapia, que é a ciência que se ocupa da utilização das plantas medicinais (ou dos seus extratos) no tratamento de doentes.

A fitoterapia é a que utiliza as plantas medicinais, através de chás, lambedouros, garrafadas, unguentos, purgantes, emplastros ou simplesmente remédios populares. Alguns dos mais comuns são: folha de pimenta, em forma de emplastro, para picada de marimbondo; chá da folha do abacateiro, para problemas renais; sumo de malva com mel, para tosse; água de arroz adocicada ou chá da folha de pitomba, para hemorragias; sumo de arruda, para convulsões.

Mas e os santanenses, o que mais consomem desta dita “medicina natural? Para Osório Martins, 63 anos de idade, que vende ervas medicinais há 43 anos no cruzamento das ruas Vasco Alves e Andradas, existe uma quantidade muito grande de ervas que são utilizadas pela maioria das pessoas, que conservam a tradição de recorrer aos “jujos” para tratar de alguma enfermidade. “Toda a estação tem as ervas que são mais procuradas. Agora mesmo, a procura é grande por ervas para problemas respiratórios e de peito, como Guaco, Cambará, Macela, que são ervas da estação. As pessoas buscam muito arnica também”, destaca.

Questionado se existem ervas para praticamente todos os males do corpo, ele destacou que existem algumas usadas até no tratamento de tumores, que servem como antibióticos, como o caso da Arnica. Existe uma erva que também é muito procurada pelos homens, que é a Erva de Ovelha, que segundo Osório trata de doenças dos rins, bexiga e próstata, e a erva chamada de Cavalinha, que também tem as mesmas finalidades. “A Erva de Ovelha e a Cavalinha são ervas procuradas o ano todo, principalmente pelas pessoas mais antigas, que conservam este hábito. Os mais novos vêm aqui, mas para comprar para os mais antigos”, finaliza.

Osório Martins, 43 anos de sabedoria nas páginas do seu “manual das ervas”

ERVAS MAIS COMUNS

Xarope de cenoura – Acalma a tosse.
Chá de tília – Acalma os nervos.
Chá de laranjeira – É bom para acalmar os nervos.
Chá preto – É bom para os problemas intestinais.
Chá de barba de milho – É bom para as infecções.
Rodelas de batata – É bom para as enxaquecas.
Água de malvas – É bom para problemas dos olhos.
Chá de erva de São Roberto – É bom para combater todos os problemas.
Vapores de eucalipto – Ajuda a desentupir o nariz.
Sumo de limão – Serve para melhorar a voz.

UMA FARMÁCIA VERDE

Erva cidreira – As folhas atuam como calmante nas irritações gástricas.
Salva brava – Para baixar a tenção arterial/para a má disposição.
Chá de oliveira – Acalma os nervos.

 

 

LEO SILVEIRA
leo.aplateia@hotmail.com

 

 

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