Dia de visitar loja por loja da Zona Franca de Iquique

Integrantes da viagem ao maior entreposto de importações da América Latina conheceram preços e condições para eventuais compras através do Chile

Empresários santanenses pesquisaram preços e condições de produtos para eventuais negócios no futuro

A quarta-feira foi um dos dias que maior resistência física exigiu até agora dos empresários santanenses que participam da Missão Empresarial organizada pela Associação Comercial e Industrial de Livramento-ACIL ao Chile, iniciada na última segunda- -feira. A convite da Administração da Zona Franca, os integrantes da comitiva empresarial fizeram um “tour” pelos dois setores do complexo estabelecido em mais de 200 hectares da Zofri, como é conhecida.

A visita foi acertada na terça-feira, já no primeiro contato da Missão com os administradores da Zofri S.A. Ao total, funcionam dentro do complexo cerca de 2 mil empresas, 400 das quais dedicadas ao comércio varejista, operando na modalidade de free shop, com isenção de diversos tipos de tributação. Das cerca de 1.600 empresas restantes, 200 possuem galpões com show room no setor atacadista, onde os operadores da zona franca negociam as vendas diretamente com importadores latino-americanos.

Os administradores da Zofri S.A. liberaram os integrantes da Missão empresarial santanense para visitarem diretamente os operadores. O dia foi dedicado especialmente a isso. “Foi uma oportunidade de aprendizado sobre o funcionamento desse sistema. Extremamente útil”, avaliou o empresário Emerson da Rosa, da Casa dos Troféus. Junto com o grupo, ele visitou os vários show rooms, perguntando preços no atacado, quantidades mínimas, prazos e formas de pagamento, etc.

Esse contato foi importante para ambientar os empresários santanenses na rotina da importação através da zona franca de Iquique. “Trata-se de um primeiro contato. Não se pretende fechar nenhum negócio agora, mas sim conhecer todo o sistema, que vai ser bastante útil nos negócios das empresas santanenses quando tivermos o free shop funcionando em Livramento, com a aprovação no Senado e a sanção da presidente Dilma, que nós esperamos aconteçam rapidamente”, explicou o vice-presidente da ACIL, Victor Hugo Fialho.

A convite da Administração da Zona Franca, ainda, o grupo também fez uma visita ao porto naval de Iquique, principal via de acesso da mercadoria importada pelas empresas instaladas na Zofri. Dessa forma, essas empresas podem proporcionar aos lojistas da América do Sul formar cargas com produtos variados, enquanto a importação de outros países exportadores exige cargas completas com um determinado tipo de produto.

A quarta-feira foi marcada pelo passeio de porta em porta em várias lojas dentro do setor atacadista da zona franca

No fim da tarde, a Administração da Zona Franca disponibilizou um ônibus para que o grupo de empresários santanenses pudesse visitar a comunidade denominada Alto Hospício, uma espécie de bairro de Iquique, onde moram cerca de 90 mil pessoas. A localidade, encravada no meio do deserto do Atacama, reúne principalmente famílias de trabalhadores da Zona Franca, funcionários da indústria mineradora e ainda empregados do porto naval. “É uma cidade inteira que nasceu no meio do nada, tudo em função do crescimento da zona franca e dessa atividade. É uma demonstração de empreendedorismo, que tem que servir como exemplo para nós, da Fronteira, que há anos sonhamos com uma ZPE e ainda não deixamos de acreditar na viabilidade dessa proposta e no quanto isso seria positivo para a nossa comunidade”, disse o presidente da ACIL, Sérgio Oliveira.

Nas proximidades de Alto Hospício, o grupo aproveitou para conhecer também a cidade fantasma, que durante mais de cem anos funcionou como empresa mineradora, denominada Oficina Salitrera Santiago-Humberstone. O local funcionou de 1872 até 1961, no meio do deserto, sendo o principal extrator de salitre do Chile. O minério era utilizado para várias finalidades, como adubação, concreto e até mesmo para a composição de pólvora negra. A cidade de mineração contava com igreja, teatro, praça de esportes, piscina esportiva, entre outros serviços, e atualmente é preservada por concessão do governo chileno por uma Organização Não Governamental voltada à preservação do patrimônio histórico da Humanidade, assim reconhecido pela Unesco. A visitação se estendeu até o início da noite, quanto o grupo retornou para Iquique.

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