Silveira Martins: o túnel verde da Fronteira da Paz

Na sombra destas árvores, muitas histórias de vida, de infância e de felicidade

Na semana em que uma rua da capital do estado recebeu o título de “a mais linda do mundo”, por ter ao longo de sua extensão uma grande variedade de árvores, algumas com décadas de vida, ficou impossível não comparar a mesma com a rua mais arborizada da nossa cidade: a rua Silveira Martins. Nosso “corredor verde” foi lembrado ao longo dos tempos por poetas e escritores, que por aqui viveram, por sua beleza ímpar.

Essas árvores chegaram a ser alvo de discussões sobre até que ponto ia a sua beleza e onde começavam os problemas causados por elas, como as calçadas quebradas pelas raízes. Com o tempo, venceu o bom senso, e as árvores continuam lá, na rua Silveira Martins. Mas você sabe quem foi ele? Advogado e político, Gaspar Silveira Martins iniciou sua vida pública como juiz municipal no Rio de Janeiro, de 1858 até 1859. Depois, foi deputado, senador, ministro da Fazenda, presidente do Rio Grande do Sul e também conselheiro de estado. No início da carreira era antimonarquista e liberal, fazendo duras críticas aos governos conservadores da década de 1870. No entanto, com o desenrolar político da época e a subsequente divisão da política nacional em monarquistas e republicanos, Silveira Martins acaba por se alinhar com os monarquistas. Em 1862 foi eleito deputado provincial pelo Rio Grande do Sul e em 1865 fundou em Porto Alegre o jornal A Reforma. Em 1880, elegeu-se senador e em sua terra natal enfrentava a dura concorrência política com Júlio de Castilhos, seu histórico adversário.

Silveira Martins: túnel verde da Fronteira da Paz

Na medida em que o choque entre monarquistas e republicanos era cada vez mais inevitável, Gaspar Silveira Martins optou pelo parlamentarismo, transformando-se em um de seus maiores defensores. Pouco tempo antes da proclamação da república, foi conselheiro de estado e logo depois presidente da província do Rio Grande do Sul.

Em um congresso em Bagé, propõe uma reforma constitucional e a adoção do parlamentarismo. Não era sua intenção pegar em armas, e lutou para que não houvesse conflito. Foi, contudo, voto vencido. Era o início da Revolução Federalista, que durou de 1893 até 1895. Com a deposição de Dom Pedro II, Silveira Martins parte para um exílio na Europa. Em 1892, com a anistia concedia por Deodoro, volta a sua terra natal para logo se indispor com a conduta dos governantes republicanos, por ele chamados de ditadores comtistas. Por ser declaradamente monarquista, participou de reuniões com outros brasileiros que tinham por objetivo restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Em uma delas, insistiu em vão para que Dom Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional. Com a vitória de Júlio de Castilhos e a consequente pacificação, organizou um novo congresso federalista em Porto Alegre. A partir de então, passou a dar mais atenção para sua vida na estância Rincón Pereyra, que possuía no Uruguai, tendo falecido repentinamente, em um quarto de hotel em Montevidéu.

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