Santanenses correm para garantir o chocolate na Páscoa

Com apenas quinze dias de portas abertas, loja registra grande volume de vendas, estoques quase vazios e intensa procura dos santanenses pelo tradicional presente pascal

Lojas com corredores cheios, compradores entusiasmados com as ofertas, variedade de cores, formas e sabores do famoso chocolate. Produto cobiçado, adorado e festejado, o chocolate ganha ares de celebridade na semana que antecede o domingo de Páscoa.

Em Sant’Ana do Livramento, o comércio mesmo preparado para o volume grande de vendas, já registra falta de alguns produtos que se esgotaram nas prateleiras e que já deixam o sabor de saudade na boca dos compradores que estão deixando para a última hora à composição da famosa cesta.

Ontem à tarde, apenas 15 dias após a abertura das portas em Sant’Ana do Livramento, as prateleiras da Cacau Show, uma das mais famosas lojas especializadas na venda de chocolates em todo o Brasil, já apresentava espaços em branco, uma mostra clara da voracidade dos compradores e do apetite que não escolhe mais valores quando a hora é dar um presente praticamente personalizado na Páscoa.

Para a proprietária da franquia da Cacau Show em Livramento, Rabieli Balest, o movimento aumentou significativamente desde o último sábado.

“Eu realmente fiquei surpresa com o movimento que registramos nesses dias. Eu não esperava que pudesse ter um movimento tão grande de pessoas assim em apenas 15 dias desde a abertura da loja. Todas as nossas expectativas foram superadas”, Frisou a empresária.

Movimento

Para Rabieli, o movimento intenso não significa sazonalidade, uma vez que a meta é seguir vendendo também um quantidade significativa de chocolates além do período da Páscoa. “Depois da Páscoa vamos apresentar mais variedades de produtos para os santanenses. Hoje temos mais de quarenta tipos que foram muito bem aceitos, inclusive, alguns terminaram na semana passada. Os ovos trufados que aparecem na propaganda que está sendo veiculada na televisão estão sendo o grande carro-chefe deste ano”, frisou ela ao ressaltar que os detalhes e a qualidade são fatores que fazem a diferença.

Contratações

O movimento intenso de clientes fez com que a empresária também precisasse reforçar o seu time de vendedores.

A geração de emprego, e renda, é uma característica forte observada nos dias que antecedem o domingo pascal.

Em quinze dias de atividades na cidade, a empresa que abriu suas portas com apenas um funcionário, agora tem cinco pessoas divididas entre os corredores e que se apressam para bem atender os clientes que chegam sedentos por novidades. “São empregos temporários, mas isso mostra uma exigência do mercado ao qual nos adaptamos”, finalizou.

A origem do ovo de páscoa

Na Páscoa, a celebração da morte e ressurreição de Cristo serve como um momento especial para que os cristãos reflitam sobre o significado da vida e do sacrifício daquele que fundou uma das maiores religiões do mundo. Contudo, muitos não conseguem visualizar qual a relação existente entre essa celebração de caráter religioso com o hábito de se presentear as pessoas com ovos de chocolate. Para responder a essa pergunta, é voltar no tempo em que o próprio cristianismo estava longe de se tornar uma religião. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, o uso do ovo como presente era algo bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera. Não por acaso, vários desses ovos eram pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito através do cozimento deste junto a alguma erva ou raiz impregnada de algum corante natural. Atravessando a Antiguidade, este costume ainda se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a Europa durante a Idade Média. Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos. A entrada destes símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu com a organização do Concílio de Niceia, em 325 d.C.. Neste período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos a outros eventos relacionados ao ideário cristão. A partir de então, observaríamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria. No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano. Ao entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História. Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época.

Cleizer Maciel
cleizermaciel@jornalaplateia.com

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