Praça Artigas: quando os vândalos atacam

Quebradeira no concreto e nos demais materiais de alvenaria foi realizada nas madrugadas de domingo e segunda

“A Brigada Militar tem que parar aqui e não só passar. Parar e abordar. Vai ver essa gurizada que já no finzinho de tarde vai para o meio da praça fumar maconha, fica enlouquecida e depois dá nisso aí…” A frase, de um comerciante das imediações da praça Artigas sintetiza o pensamento da maioria dos donos de empresas e moradores daquelas imediações.

O. A. N. – assim como os demais identificado pelas iniciais e que preferiu não ser fotografado por temer represálias a sua empresa – deixou clara a necessidade de realização de abordagens e identificações durante as noites e madrugadas na praça.

O responsável pela praça, funcionário público municipal Gustavo Cardoso, com 20 anos de municipalidade e há um ano na função de praceiro na Artigas, lamentou os fatos ocorridos nas noites do fim de semana. Ele cumpre expediente até 18h em uma guarita que não tem luz, procurando manter a ordem no espaço público. “Não tem iluminação na peça, pois há algum tempo levaram toda a fiação”- comenta, afirmando que são ações de vandalismo. “Um taxista foi me avisar que haviam quebrado vários objetos e vim para cá, depois de comunicar, quando me deparei com isso” – resume, afirmando que os responsáveis pelos atos vândalos dividem-se em alguns jovens da redondezas da praça e outros que deslocam-se pela cidade nas madrugadas, drogados, bêbados ou procurando confusão.

“Até essas depredações tinham parado um pouco, mas voltaram, o que a gente lamenta. Mas, a gente, que trabalha aqui, faz o que pode para manter tudo em ordem” – diz Gustavo Cardoso, confirmando que à noite, há muito tempo não há vigilância na praça Artigas, salvo algumas passagens de policiais militares em viaturas pela João Manoel e Saldanha da Gama, em patrulhamentos sem paradas no recinto da praça. Não existe, segundo ele, ninguém que permaneça na praça, o mesmo ocorrendo com a maioria dos espaços semelhantes da cidade.

“É uma função que ninguém quer, ninguém deseja, pois é para se complicar” – responde A.C.M.M., morador das imediações, ao ser questionado se havia guarda ou praceiro à noite. Ele informa que reside próximo a praça há mais de 20 anos e a situação é complicada durante à noite quando há fins de semana de bailes e eventos na região do Prado, pelo deslocamento de muita gente e concentrações no interior da praça.

Maioria das pessoas teme represálias

A reportagem, ontem fez várias visitas na parte da tarde, às empresas e residências das imediações da praça Artigas, com a finalidade de ouvir a comunidade. As pessoas falam, expõem os problemas, mas ficou evidente que temem represálias, como apedrejamentos de suas casas e comércios, entre outros atos vândalos e, portanto, preferem não posar para fotos, nem ter seus nomes divulgados.

Um pequeno empresário, que há 22 anos reside ali, de iniciais A. D. M, afirma que é preciso que a Brigada Militar monte um posto e permaneça no local nos fins de semana por algumas horas, nos horários mais críticos. Do contrário, não será possível controlar as ações de vandalismo.

“Claro que as pessoas conhecem alguns dos que atiram pedras, depredam, queimam e fazem fogo, mas por temerem que exista represália, preferem não se identificar” – resume.

Entre as abordagens, o empresário Paulo Vaz, que reside nas imediações e passa de três a quatro vezes por dia na praça Artigas em vários horários, afirma que é preciso aumentar a segurança, com a polícia militar identificando suspeitos. “Durante os eventos de grande concentração, como na Semana Farroupilha, a praça fica tomada, mas fora disso são pequenos grupos de jovens” – afirma ele, salientando que essa constatação não é impedimento para medidas de controle por parte das forças públicas. “Tem uma gurizada que por volta das 6, 7 horas da tarde vai para o meio da praça e assim que escurece fica bebendo e fumando maconha. Ninguém diz nada, nem fala nada. Em alguns fins de semana tem gente que vem de outros lugares e arruma até briga e confusão” – afirma G.A. T.P, de 55 anos, moradora há mais de 10 anos nas imediações.

Um outro comerciante afirma que os policiais até passam continuadamente na praça Artigas, mas não fazem abordagens durante a madrugada. “É comum da gente ouvir gritaria e baderna aqui” – afirma, salientando que muitas vezes dorme no interior de seu comércio quando fecha muito tarde e evita ir até sua residência quando há muito movimento de pessoas suspeitas na praça. “Tem uns que até banho no Maragato (arroio que passa pela praça) tomam na madrugada” – informa a moradora D.M.D.S, salientando que muitos dos frequentadores da praça durante a noite e madrugada são usuários de craque e que deslocam-se por diversos pontos da cidade, chegando até a dormir nos pontos mais escuros da praça.

 

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1 Comentário

  1. SANDRA ROSANE

    bom vivi ai na vila sila a 24 anos e sempre foi assim,hoje moro a quase 8 em floripa e to vendo que nada mudou.tive ai o ano passado,ate que a praça estava bem limpa.mas esse negocio de junçao ai a noite e aos final de semana seguem a mesma coisa.estudava no alceu wamosy e para ir para casa a noite tinha que passar por ai,nao gostava pois tava sempre cheia.a policia tem que abordar ver o que estao fazendo,pois trabalhador nao fica ate tarde,agora os drogados e mal elementos sim.me doi saber que de vez tarem arrumando mais a cidade,alias ate que estao mas vem esses vandalos e acabam com tudo.obrigado pele oportunidade de falar

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