Polícia Federal prende agentes de trânsito e policial em stand de tiro

As armas e munições irregulares que estavam sendo utilizadas foram apreendidas

Um policial civil e três agentes de trânsito da Prefeitura de Livramento foram presos em flagrante pela Polícia Federal na tarde de sábado, em um stand de tiro que funciona anexo a um clube social de Livramento, no centro da cidade. Os agentes praticavam tiro orientados pelo policial civil, que não possuia habilitação para o exercício desse tipo de atividade. Além disso, alguns agentes utilizavam armas particulares sem possuir porte legal exigido para isso.

 

Os agentes de trânsito – alguns deles inclusive utilizando o uniforme de serviço – também utilizavam munição estrangeira, provavelmente adquirida em lojas free-shop de Rivera, que deram entrada sem os devidos trâmites no Brasil. Esse fato configura crime e pode ser considerado descaminho ou contrabando. Além disso, tampouco possuiam o necessário guia de trânsito para poder circular com a arma mesmo que não possua licença para o uso.

As primeiras informações dão conta de que a prática de tiro faria parte de um treinamento contratado pela Administração Municipal para a qualificação dos agentes de trânsito. Junto com os agentes e o policial civil que atua como orientador, também chegou a ser detido no local um professor de defesa pessoal que teria sido contratado pela Prefeitura para ministrar o curso de aprimoramento para os servidores.

A Polícia Federal constatou a realização da prática de tiro com orientação de instrutor não habilitado e armas irregulares e deslocou uma equipe até o local, no final da tarde de sábado. O grupo foi detido em flagrante e levado para a Delegacia de Polícia Federal. Quatro pessoas foram indiciadas e presas em flagrante, sendo liberadas após o pagamento de fiança.

Por conta própria

A Polícia Federal agora deverá desenvolver dois tipos de procedimentos. Um deles, criminal, por conta do porte ilegal de arma, da utilização de armas sem registro e munição contrabandeada. O outro, administrativo, por conta da prática de instrução, por parte do policial civil, sem possuir o necessário credenciamento para tal. Além disso, a PF deve investigar também se os treinamento foi determinado pela Administração e o envolvimento do professor contratado para a aplicação do curso de aprimoramento para os agentes de trânsito.

O secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, Roni Dário, disse ontem que prefere aguardar o andamento dos fatos antes de fazer qualquer pronunciamento à imprensa a respeito. Através da assessoria de imprensa da Prefeitura, adiantou, porém, que “os guardas de trânsito estavam nessa por conta própria”. Segundo a Ascom, o Secretário garante que não partiu dele qualquer orientação nesse sentido. “A responsabilidade é do instrutor e do policial que estavam juntos, orientando esse treinamento de tiro”, opinou o secretário Roni Dário.

Prefeito: “Eles contrataram o instrutor por opção pessoal”

O prefeito Wainer Machado, ouvido ontem pela reportagem de A Platéia, foi enfático: “Eles estão por conta deles mesmos”. Segundo ele, ainda será necessário fazer uma avaliação mais detalhada do caso, que se transformou em nova polêmica na cidade desde o início da noite de sábado. De acordo com as primeiras informações que conseguiu apurar, conforme revelou, o que aconteceu foi uma contratação direta entre os agentes de trânsito e o policial civil para a instrução de tiro, nada tendo a ver esse fato com a contratação, pela Prefeitura, do curso de aperfeiçoamento com o professor Airton Costa, da escola Kodokan.

“Não é conosco. Isso tem que ficar bem claro. O curso de orientação e capacitação que foi contratado inclusive já foi concluído, faltando apenas a certificação. Depois é que, aparentemente, os agentes resolveram por conta própria contratar outras dicas, no caso a prática de tiro, mas isso não estava no curso que a Administração contratou”, garantiu o Prefeito.

Com relação ao fato de que alguns agentes utilizavam uniforme de serviço no momento da abordagem pela Polícia Federal, Wainer Machado diz que esse é um aspecto que terá que ser devidamente apurado. A princípio, na avaliação dele, talvez sequer tenha havido infração à qualquer normal funcional. “Foi fora do horário de expediente e na escala não havia nada programado para o sábado. Não sei porque estavam de uniforme. Isso é o que vamos ter que ver”, disse. Segundo ele, o curso de aprimoramento oferecido pela Prefeitura aos agentes de trânsito incluía abordagem, vistoria e identificação de chassis e técnicas de defesa pessoal.

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8 Comentários

  1. luis gustavo xavier

    EU NÃO ENGULO ESTA DE QUE O RONI DARIO E O SR PREFEITO NÃO SABIAM DE NADA, COMO SEMPRE O SERVIDOR VAI PAGA O PATO, O CARA VAI FAZER UM TREINAMENTO DE UNIFORME E SEUS SUPERIORES NÃO SABEM DE NADA, POR FAVOR,,,, PRA BURRO EU E MUITA GENTE DA POPULAÇÃO NÃO SERVIMOS, ASSUMAM O ERRO.

  2. ataliba rodrigues de almeida

    Para MULTAR vai precizar de revolver na cintura tambem , primeiramente teria que dar um curso
    de educação para eles pois estao precizando.

  3. jhenrique82

    A Polícia Federal cumpriu seu dever legal. Dever de agir. Da mesma forma, um agente de trânsito tem o poder de polícia para coibir uma infração de trânsito cometida. Até onde sei, guardas municipais (que não é o caso) têm porte de armas em serviço.

  4. sergio herculano

    Osetor de recrutamento e seleção da prefeitura deve melhorar a avaliação dos funcionários contratados.

  5. roberto almeida

    Eu  acho que regras são para serem compridas,muitas regras na cidade deixam a desejar! parabéns pelo serviço feito pela  Polícia federal.

  6. nelson victor

    Esperamos que o nosso prefeito tome uma atitude severa em relação a estas pessoas que pensam que são donos da cidade…prefeito esperamos que o sr seja bastante responsavel para dar uma punição exemplar para todos nós santanenses…obg!
     

  7. mario

    QUE MORAL HEM!!!!
    VÃO MULTAR POR NÃO USAR VISEIRA DE CAPACETE??????

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