Na semana da água, uma matéria seriada para esclarecer e conscientizar a população

Intenção é alertar as pessoas para economizar, usar da forma correta e saber qual a origem da água que abastece nossa cidade. Também haverá exemplos de aplicação da água e de pessoas que colaboram anonimamente para a preservação e economia do nosso bem mais precioso

Na próxima semana, será comemorado o Dia Mundial da água e, de hoje até a próxima quarta-feira, serão veiculadas matérias relacionadas ao tema. Ao longo das edições, pessoas da comunidade santanense, que são exemplos positivos de economia de água, que têm conhecimento técnico e ainda de outros segmentos, darão sua parcela de contribuição ao nosso especial.

A água, devido ao desperdício e à possibilidade cada vez mais escassa de encontrar novas fontes, começa a tomar valor cada vez mais importante no mercado mundial, sendo considerado o fato de que em algumas décadas poderá ser considerada mais valiosa do que ouro ou mesmo petróleo.

Desde cedo, crianças devem aprender a valorizar um produto que é essencial à vida

Para alertar para a questão, foi criado o “Dia Mundial da Água”. Ele foi idealizado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993, declarando todo o dia 21 de março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA). Deveria ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21. Entre as atividades realizadas, está tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável; aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável; aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e setor privado; participação e cooperação na organização nas celebrações do DMA.

Sobre os temas

Os temas debatidos ao longo dos DMA anteriores foram:

2010: Água limpa para um mundo saudável
2009:Águas Transfronteiriças: a água da partilha, partilha de oportunidades.
2008: Saneamento
2007: Lidando com a escassez de água
2006: Água e cultura
2005: Água para a vida
2004: Água e desastres
2003: Água para o futuro
2002: Água para o desenvolvimento
2001: Água e saúde
2000: Água para o século XXI
1999: Todos vivem rio abaixo
1998: Água subterrânea: o recurso invisível
1997: Águas do Mundo: há suficiente?
1996: Água para cidades sedentas
1995: Mulheres e Água
1994: Cuidar de nossos recursos hídricos é função de cada um.

Números causam preocupação

Três quartos da superfície da Terra são recobertos por água. Trata-se de quase 1,5 bilhão de km3 de água em todo o planeta, contando oceanos, rios, lagos, lençóis subterrâneos e geleiras. Parece inacreditável afirmar que o mundo está prestes a enfrentar uma crise de abastecimento de água. Mas é exatamente isso o que está para acontecer, pois apenas uma pequeníssima parte de toda a água do planeta Terra serve para abastecer a população. Vinte e nove países já têm problemas com a falta d’água e o quadro tende a piorar. Uma projeção feita pelos cientistas indica que no ano de 2025, 2 de 3 habitantes do planeta serão afetados de alguma forma – vão passar sede ou estarão sujeitos a doenças como cólera e amebíase, provocadas pela má qualidade da água.

Todos precisam colaborar para que a situação não saia do controle
Evitar o disperdício é o primeiro passo para que as consequências não sejam desastrosas em breve

A falta de água já afeta o Oriente Médio, China, Índia e o norte da África. Até o ano 2050, as previsões são sombrias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 50 países enfrentarão crise no abastecimento de água.

China – O suprimento de água está no limite. A demanda agroindustrial e a população de 1,2 bilhão de habitantes fazem com que milhões de chineses andem quilômetros por dia para conseguir água.

Índia – Com uma população de 1 bilhão de habitantes, o governo indiano enfrenta o dilema da água constatando o esgotamento hídrico de seu principal curso-d’água, o rio Ganges.

Oriente Médio – A região inclui países como Israel, Jordânia, Arábia Saudita e Kuwait. Estudos apontam que dentro de 40 anos só haverá água doce para consumo doméstico. Atividades agrícolas e industriais terão de fazer uso de esgoto tratado.

Norte da África – Nos próximos 30 anos, a quantidade de água disponível por pessoa estará reduzida em 80%. A região abrange países situados no deserto do Saara, como Argélia e Líbia.

Motivo para guerras

A humanidade poderá presenciar no terceiro milênio uma nova modalidade de guerra: a batalha pela água. Um relatório do Banco Mundial de 1995 já anunciava que as guerras do próximo século serão motivadas pela disputa de água, diferentemente dos conflitos do século XX, marcados por questões políticas ou pela disputa do petróleo. Uma prévia do que pode ocorrer em um futuro próximo aconteceu em 1967, quando o controle da água desencadeou uma guerra no Oriente Médio.

Naquele ano, os árabes fizeram obras para desviar o curso do rio Jordão e de seus afluentes. Ele é considerado o principal rio da região, nasce ao sul do Líbano e banha Israel e Jordânia. Com a nova rota, Israel perderia boa parte de sua capacidade hídrica. O governo israelense ordenou o bombardeamento da obra, acirrando ainda mais a rivalidade com os países vizinhos.

Riqueza brasileira

Quando o assunto é recursos hídricos, o Brasil é um país privilegiado. O território brasileiro detém 20% de toda a água doce superficial da Terra. A maior parte desse volume, cerca de 80%, localiza-se na Amazônia.

É naquela região desabitada que está a maior bacia fluvial do mundo, a Amazônica, com 6 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo, além do Brasil, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia. A segunda maior bacia hidrográfica do mundo, a Platina, também está parcialmente em território brasileiro. Mas a nossa riqueza hídrica não se restringe às áreas superficiais: o aquífero Botucatu/Guarani, um dos maiores do mundo, cobre uma área subterrânea de quase 1,2 milhão de quilômetros quadrados, 70% dos quais localiza-se em território brasileiro. O restante do potencial hídrico distribui-se de forma desigual pelo país. Apesar de tanta riqueza, as maiores concentrações urbanas encontram-se distantes dos grandes rios, como o São Francisco, o Paraná e o Amazonas.

 

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