Diferença no fuso horário não traz benefícios ao comércio, nem aos uruguaios

Nilo Munhoz: “Relógios mostram a hora nos dois lados da Fronteira” Foto Daniel Badra

 

 

Selfa Bidart

Ana Bidart

 

Nilo Munhoz: “Relógios mostram a hora nos dois lados da Fronteira” Foto Daniel Badra

Com o fim do horário de verão no lado brasileiro da Fronteira, mais uma vez Livramento e Rivera voltaram a ter horários diferenciados.

 

O horário de verão foi encerrado no Brasil no fim de semana passado, mas tem continuidade no Uruguai até o próximo dia 11 de março, às 2h da madrugada, quando os relógios dos “hermanos” deverão ser atrasados em uma hora.

Um dos motivos do horário de verão ser estendido no país vizinho é a baixa nos leitos fluviais das hidrelétricas, o que causa alerta na questão do abastecimento. Na cidade, comerciantes destacam que uma hora a mais em Rivera reflete diretamente nas vendas de produtos para os trabalhadores que cruzam a Fronteira para consumir no comércio local.

Algumas lojas costumam alterar seu horário, principalmente de fechamento, para poder atender à demanda de compradores que chegam na cidade depois do horário de fechamento do comércio na vizinha cidade.

Existem, também, aquelas pessoas que usam o bom humor para enfrentar a situação, como é o caso do gerente de uma das lojas Augusto Leonel Fernandez, o comerciário Nilo Munhoz, que já possui 28 anos de empresa. “Costumanos colocar aqui dois relógios, um com o horário brasileiro e outro com o horário uruguaio, como maneira de descontrair vendedores e clientes de nossa loja”. Questionado sobre a influência do horário de verão nas vendas, Nilo destacou que a loja inicia as suas atividades às 8h30 da manhã, e “quando abrimos a loja, geralmente temos clientes uruguaios na frente esperando, pois para eles já são 9h30 da manhã, e muitos deles já estão na hora de ir para seu trabalho. Isso, às vezes, complica até mesmo a realização da venda”, destaca Nilo.

Já para a consumidora brasileira Maria Inês Vasconcelos, a diferença no horário beneficia quem trabalha no lado brasileiro da Fronteira, e costuma consumir do lado uruguaio. “Se olharmos a questão por essa ótica, é muito bom para nós brasileiros, pois temos mais tempo para poder comprar em Rivera. Porém, no meu entendimento, o melhor para duas cidades que são tidas como irmãs é a paridade no horário”, destacou a professora.

Duas consumidoras uruguaias entrevistadas destacaram sua posição contrária ao horário de verão. Para Selfa Bidart, que trabalha no Lar de Meninas de Rivera e Ana Bidart, o horário faz com que sempre estejam correndo para chegar a tempo de encontrar as lojas e supermercados abertos em Livramento. Sobre a preferência de comprar deste lado da Fronteira, elas destacam que preferem o comércio santanense pela variedade de produtos.

 

Maria Inês Vasconcelos

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