Custo de produção registra aumento com a necessidade de usar concentrados e rações

Por outro lado, o maior uso de alimentos concentrados aumenta o custo de produção, reduzindo a rentabilidade da atividade. Essa é uma realidade que vem se registrando em praticamente todas as regiões produtoras do Estado gaúcho, segundo informações zoneadas do informativo conjuntural elaborado pelos técnicos da Emater.

A panorâmica comparativa enfoca a realidade das principais zonas produtoras de leite.

Por exemplo, na região central, conforme relatos dos extensionistas locais, no município de Ibirubá “os baixos teores de umidade nos solos, que aliados à alta insolação e temperaturas, prejudicaram o desenvolvimento de todas as espécies forrageiras, consequentemente os alimentos processados, estão sendo disponibilizados de uma forma bastante intensa para a manutenção da produção dos rebanhos”.

Em Tenente Portela, “a produção de forragem tem diminuído sensivelmente nos últimos dias e o rebrote das pastagens é retardada devido à falta de chuvas, o que causará danos maiores à produção leiteira nas próximas semanas, e ocasionará redução da produtividade em muitas propriedades”.

No município de Ijuí, “houve pequena recuperação das pastagens, porém, de forma não generalizada, pois, em determinadas localidades, como na região Noroeste do município, as pastagens têm bom volume de massa verde e qualidade; em outras localidades do município, as forrageiras apenas reiniciaram a brotação; em outros locais, as pastagens estão muito fibrosas, caracterizando alimento de baixa qualidade”. Na região de Santa Rosa, as pastagens perenes de verão, como tifton, paralisaram o rebrote ou estão secando devido à estiagem, assim como os pastos anuais de verão cultivados (braquiárias, milheto e aveias de verão) também estão morrendo.

A grande maioria dos pequenos agricultores familiares produtores de leite estão com falta de pastos para fornecer aos animais. Os agricultores estão complementando a alimentação do rebanho leiteiro diretamente com plantas de milho afetadas pela estiagem, silagem e uso de ração, aumentando o custo de produção.

Outro problema que afeta a produção de leite é a redução da disponibilidade de água para dessedentação dos animais.

Assim, a redução da produção de leite é aproximadamente 40% da esperada para esta época do ano, além de reduzir o peso corporal e retardar novos cios, reduzindo, assim, o número de nascimento de novas matrizes. Alguns criadores informam que o sorgo-sacarino resiste bem à estiagem e, nas propriedades que o plantaram, tem sido aproveitado como excelente fonte nutricional, assim como o uso de capim-elefante, cana e sorgo-forrageiro.

Em alguns municípios, estão sendo abertos novos bebedouros para o gado reduzir o deslocamento pela procura de água. No período, os preços por litro de leite recebidos pelos agricultores variaram entre R$ 0,58 e R$ 0,92/litro, dependendo da qualidade e do volume comercializado com as empresas processadoras.

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