A luta é diária e acontece no trânsito
Motoboys enfrentam muitos riscos na batalha do dia a dia
O trabalho ocupa grande parte de nossa vida, é verdade. Para aqueles que vão para a labuta, boa parte do dia acontece sob o esforço que visa levar o alimento para casa. Uns no ar-condicionado, outros na rua. Uns na esquina, outros de esquina em esquina. Alguns sentados, outros em pé. De diversas formas o cotidiano é vivido. Uns se arriscam mais do que outros. Umas das profissões mais arriscadas é trabalhar no trânsito. E os motoboys sabem muito bem como é ganhar o pão de cada dia nas ruas de Sant’Ana do Livramento.O telefone chama, as motos estão a postos na frente. Os motoboys dispostos. O trânsito ferve. A encomenda tem endereço e hora para ser entregue. Não dá para perder tempo. Principalmente, em dia de chuva, o trânsito está mais caótico e os cuidados precisam ser redobrados, a atenção deve estar bem desperta. Os riscos aumentam. Todo cuidado é preciso, ainda mais quando passageiros são transportados. Já diz um ditado no trânsito de que “pilotar para si mesmo é diferente de guiar para os outros”.
O respeito no trânsito é necessário, todos precisam cumprir com as normas porque se não a ordem vira um caos. Ninguém se entenderia. Aqui não é a Índia. “Não sei se em outras cidades ou outros países (funciona assim), mas pra mim a lei de trânsito é mundial, a de trânsito”, afirma o mototáxi Marcos Vinícius de Mello Couto, de 44 anos. Em relação aos horários, essa questão é delicada, até porque, muitas vezes, alguns clientes não têm a paciência para esperarem o pedido ou precisam dele para ontem. O serviço de motoboy vem a calhar para esta necessidade pela agilidade dos mototáxistas.
Todos são responsáveis
Uma das críticas constantes nesse período de verão recai sobre os argentinos, que, muitas vezes, não respeitam a sinalização de trânsito. Marcos Couto acredita que além dos hermanos também tem pessoas da própria cidade que, em alguns casos, não respeitam o trânsito: “Mas eles fazem cada coisinha aí que prejudica todo mundo, tanto o pessoal de fora, quanto o pessoal aqui de dentro, pois tem uns que são abusados demais. O resto, tentamos cumprir com o horário e ter o máximo de cuidado. Temos que cuidar a nós e dos outros ainda”, destaca.
Um dos problemas enfrentados pelos mototaxistas é a fragilidade do veículo, já que, como lembra Marcos Couto “Quem sempre leva o pior é o pessoal da moto, porque o do carro tem toda aquela lataria na volta. Na moto, o pára-choque é o motoqueiro. Então temos que ter cuidado dobrado”, salienta.
Marcel Neves
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