Assembleia de 7 de março delibera indicativo de greve da Polícia Civil
Proposta do governo do Estado não agradou a categoria e decepcionou o sindicato
![Sob sol escaldante, policiais decidem realizar assembleia, que deverá decidir pela greve, em 7 de março. Foto: CEDIDA/RICARDO ROCHEDO/AP](http://jornalaplateia.com/aplateia/wp-content/uploads/2012/02/Policia_palacio-300x200.jpg)
Sob sol escaldante, policiais decidem realizar assembleia, que deverá decidir pela greve, em 7 de março.
Considerada alta, a diferença entre o vencimento inicial de um delegado e de um agente, ambos com exigência de nível superior, hoje é de 311%. Com o calendário selado nas negociações com delegados, o abismo saltou para 720%. O governo, de fato, propôs que o fosso seja de 470%. Por mais que o Palácio Piratini torture números, explane fórmulas, avente métodos, não existe outro meio para se diminuir o abismo: quem ganha menos precisa perceber índice maior.
Essa, aliás, foi a lógica argumentada pelo governo para encerrar, em setembro, negociação com incremento de R$ 91,00 no vencimento básico de policiais. Isto é: um mesmo valor nominal para todos, o que obviamente se traduz em maior índice para quem ganha menos. Pestana disse que “em termos de valores nominais, não há matemática que chegue”. Ele também disse que o governo “está oferecendo a mesma fórmula que é dada aos delegados”. O presidente do sindicato, Isaac Ortiz, ainda durante a reunião, respondeu: “A Ugeirm não se preocupa com método ou com fórmula. O agente policial tem que ter um calendário visível. Tem que ser visível. O agente sabe que o delegado de primeira classe vai ganhar 17,5 mil em 2018 e a proposta do governo é que esse agente ganhe 3,7 mil reais em 2018. Não há como não se revoltar. O governador vai ter dificuldades”, assinalou.
Proposta vergonhosa
Ao que parece, o governo sabe ter feito uma péssima proposta. A Casa Civil, ao noticiar a negociação, não expôs os valores. Não foram apresentados índices ano a ano. O governo havia definido, no dia 13 de janeiro, critérios para a proposta: a remuneração seria através de subsídios. “A proposta que foi feita é vergonhosa. É o Partido dos Trabalhadores tratando agente policial como cidadão de segunda categoria. Está instalado um clima de revolta e também de insubordinação na Polícia Civil. Se houver greve, será pior que a do Ceará. A persistir proposta como a de hoje, é o governo que vai decretar nossa greve. A responsabilidade é do governador Tarso Genro”, diz o presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz. Ortiz salienta que negociações em patamares distintos foram seladas entre o atual governo e outras categorias que estão entre os mais altos vencimentos do Executivo, tais como servidores Secretaria da Fazenda e Procuradoria Geral do Estado. Na notícia oficial, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, disse que “esta foi apenas a primeira reunião para discutir valores. O nosso objetivo é construir a verticalidade. Temos convicção que ao fim do processo construiremos um acordo com ganho real e significativo para os servidores”.