Emater estima perda de até 40% nas culturas de verão
Aconteceu na tarde de terça-feira (27/12) reunião coordenada pela Delegacia Regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para analisar a situação das lavouras gaúchas em função da estiagem. O meteorologista do Cemetrs da Fepagro, Flávio Varone, apresentou as médias de ocorrência de precipitações nos últimos períodos e a projeção para os próximos três meses, que é de chuvas abaixo da média. Já o gerente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, Dulphe Pinheiro Machado Neto, apresentou as estimativas de perda nas lavouras da safra de Verão, provocadas pela estiagem.Os dados foram apresentados para representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), da Emater/RS-Ascar, dos Movimentos dos Pequenos Agricultores e dos Sem Terra, além de Fetag, Fetraf-Sul, Banrisul e Banco do Brasil. Ao final do encontro, ficou definida uma nova reunião para a próxima semana, com representantes de entidades e instituições envolvidas.
A diretoria da Emater/RS-Ascar encaminhou orientação aos técnicos para priorizarem o atendimento às ocorrências de perdas de lavouras por estiagem, vendavais e granizos. De acordo com o diretor técnico, Gervásio Paulus, a Instituição já recebeu dois mil pedidos de perícia do Proagro. “Em janeiro, esse número vai aumentar”, estima. A média de atendimento por técnico tem sido de cinco laudos por dia, mas pode ser maior, quando as condições das lavouras e do perito forem favoráveis.
De acordo com o presidente Lino De David, uma força tarefa regional vai qualificar as informações, que serão encaminhadas ao ministro Afonso Florence, do MDA. “Nos próximos 60 dias, entre 400 e 500 técnicos da Emater vão priorizar a realização de laudos do Proagro, o que pode totalizar, só na cultura do milho, cerca de 30 mil laudos periciais”, calcula De David, ao afirmar que “nessa hora de dificuldades, não podemos abandonar o agricultor”.
A partir deste ano, a realização de laudos periciais apresenta novidades, entre elas, que o manual de crédito não prevê mais laudos coletivos por município nem por região. “Cada lavoura será vistoriada”, anuncia o delegado Regional do MDA, Nilton Pinho De Bem, ao explicar que a partir deste ano, o agricultor que tiver mais de 60% de perdas pode concordar que colheria o restante e abrir mão de futuras e possíveis discussões sobre o agravamento dos efeitos do evento climático, em declaração anexa. “Neste caso, é feito um laudo único por perícia, quando for possível a comprovação de uma perda já configurada acima de 60%. Assim, após esse tipo de perícia, o agricultor pode imediatamente cortar a lavoura e destinar à alimentação animal”, afirmou.