De lá para cá
Os Estados Unidos estiveram na iminência de decretar moratória, há uma semana atrás. Com o anúncio do rebaixamento de nota dos títulos do Tesouro norte-americano por agências de classificações de risco, bolsas de valores de todo o mundo operaram em fortes baixas na segunda-feira passada. Na Europa, há sinais de que a crise pode ser ainda mais profunda e atingir, além de Grécia, Portugal e Itália, países como a França. Vale ressaltar que o ponto nevrálgico da crise está nos países desenvolvidos, mas os efeitos são motivo de preocupação também para nações emergentes como o Brasil. A priori, começa com o impacto nas bolsas, mas neste mês não dá para sentir impacto na vida real, a não ser essa insegurança entre as empresas sobre o futuro. A insegurança é de que os países avançados entrem em recessão.
Aí a porca torce o rabo. Mas o que tem a ver toda essa série de informações mundiais com a economia de Livramento? Mundo globalizado é isso. Traduz-se em possibilidade de restrição do desenvolvimento do Brasil, aumento de preços e tendência de aumento no consumo. Isso significa inflação. Peculiarmente, na Fronteira, há a questão das exportações, do dólar para os free shops, dos manufaturados e industrializados, que vêm do centro do país para venda no comércio local, e por aí vai. Se o Brasil crescer 4% ou 4,5% enquanto o mundo cresce nada, está ótimo. E com essa taxa, o país tendo queda do desemprego. Mas é preciso garantir nível de atividade que crie emprego e renda, com mercado interno sustentando uma taxa de crescimento, para, enquanto isso, enfrentar as mazelas, como as desigualdades regionais.
Aí está. Tratar todos com igualdade significa, politicamente, justeza, mas pode implicar em quebradeira, pois o raciocínio é tratar de forma diferente os diferentes, já que políticas públicas padronizadas abrangem determinados segmentos, mas há outros que por inúmeras variáveis, ficam de fora.