Camelôs reivindicam melhor estrutura

Com a falta de energia elétrica e iluminação, as vendas diminuíram em quase 50 %

 

Trabalhadores reivindicam a colocação de uma rede de energia elétrica que contemple todo o local

Depois da retomada da Praça General Flores da Cunha, que se deu após um longo processo de negociações, reuniões e decisões tomadas depois de terem sido realizados cálculos de riscos e possibilidades, novas demandas surgem e são apresentadas pelos trabalhadores, agora já formalizados e cadastrados como pequenos empresários, e que ainda carecem de uma estrutura melhorada para dar continuidade às suas atividades.

 

Desde o início do novo processo de readequação dos camelôs, a afirmação das autoridades mais repetida foi a de que estes deveriam permanecer ao longo da avenida João Pessoa, nas proximidades da praça dos Cachorros, em caráter temporário, até que fosse providenciado um local definitivo e com toda a estrutura necessária. Porém, com a proximidade das festas de fim de ano, e com os dias de temperatura mais elevada já presentes no cenário, o simples fato de necessitar de uma tomada para testar os equipamentos eletrônicos, antes de efetuar as vendas, transformou-se em uma grande dor de cabeça para os trabalhadores. Alegando prejuízos e perda de diversas vendas, já que muitos clientes se negam a comprar os equipamentos como ventiladores e rádios sem que sejam testados, os camelôs esperam que o seu pedido de instalação de uma rede elétrica no local, mesmo que provisória, seja atendido.

Sergio Oliveira, presidente da Associação Comercial e Industrial de Livramento

Prefeitura

 

Ontem pela manhã, o secretário de Desenvolvimento de Sant’Ana do Livramento, Sergio Aragón, falou sobre o problema que aflige os trabalhadores e preocupa as autoridades. “Entendo que ter iluminação naquele local é uma necessidade. As pessoas precisam trabalhar com um mínimo possível de condições, o calor está entre os fatores que mais pesam nesse momento”, destacou.

Aragón disse, ainda, que boa parte dos trabalhadores já está em um processo bem adiantado da abertura das empresas, ou seja, no processo natural de estruturação. “Para isso tudo é preciso energia. Quando fomos limpar a praça, chamamos a Aes Sul e eles retiraram as antigas ligações que continham um emaranhado de fios, mas a intenção seria fazer um novo processo com mais segurança. Nossos técnicos fizeram um primeiro projeto com três baixadas (locais que receberiam os medidores), onde cada um poderia ter até oito medidores. Esse projeto não foi aceito pela Aes Sul. Quando recebi essa informação, iniciamos um impasse técnico. Apresentamos outro projeto, que sugeria a colocação da rede elétrica por cima das barracas, que também foi vetado. Pensamos em fazer uma mureta na divisória, e na frente de cada barraca sairia uma rede. Isso seria muito caro e inviável esteticamente. Precisamos de um projeto técnico que seja seguro para que possamos levar ao grupo de trabalho antes de levar à Aes Sul. Nossa ideia, agora, é tentar algo com tubos específicos de energia, que receberiam tomadas em cada uma das barracas. Provavelmente nos próximos dias, vamos levar essa proposta para a Juíza. Hoje, a Aes Sul não está autorizando e não quer instalar uma rede de energia elétrica ali. Por isso, pedi para o nosso técnico fechar o projeto para que possamos levar para a empresa e obter um parecer”, destacou Sergio.

Ainda segundo o secretário de Desenvolvimento, o impasse para a falta de energia no local se dá em cima da decisão da concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica no município de não disponibilizar a instalação em razão da falta de um projeto seguro. “Quero que os técnicos possam me dar uma alternativa que garanta a viabilidade do projeto e sua segurança”, disse ele. Questionado sobre o fato da ação de instalação de energia elétrica no local poder caracterizar a fixação permanente dos trabalhadores novamente no entorno da Praça dos Cachorros, Aragón disse que este não é um fato preocupante. Segundo ele, é apenas uma necessidade, para que as pessoas possam desenvolver de forma mais tranquila suas atividades.

Com a palavra, os camelôs!

Os comerciantes informais da linha divisória estão enfrentando problemas quanto à procura dos seus produtos. Eles alegam que a estrutura oferecida não está trazendo retorno nas vendas.

A falta de luz é o principal problema relatado pelos vendedores: “Nossa reivindicação é em relação à energia elétrica, os nossos clientes não estão chegando pela falta de segurança, devido à escuridão do local”, alega Abdallah Suleiman.

Washington Nacarado, que trabalha há 32 anos no local, está entre os mais antigos

Com a chegada da Noite Mágica, que ocorrerá no dia 20 em Rivera, a preocupação dos ambulantes só aumenta, pois ano passado a data registrou o maior número de vendas: “Ano passado, o nosso melhor dia de vendas foi na Noite Mágica, esse ano não teremos iluminação nas barracas e a procura pelos nossos produtos vai ser muito pequena”, comenta Abdallah.

 

Problemas como o forte calor e a falta de segurança nas barracas localizadas ao lado da rua, são alegados pelo comerciante Marco Antônio Dutra: “Não estamos satisfeitos. Está faltando proteção contra o sol e as barracas estão apresentando buracos, além da localização junto à rua, que é um perigo tanto para nós, quanto para nossos clientes”.

Sem a energia elétrica no local, os comerciantes alegam que as vendas diminuíram em 50% desde a instalação das novas barracas, pois os clientes estão com medo da segurança, principalmente à noite, quando o local fica sem iluminação.

Outro problema que causou a diminuição das vendas é quanto ao teste dos produtos, que pela falta de eletricidade não é possível ser feito: “Sem a energia elétrica, não temos como testar os produtos para os nossos clientes, que muitas vezes desistem das compras”, relata Marco Antonio.

Alguns comerciantes estão improvisando iluminação com lâmpadas recarregáveis, que estão ajudando na iluminação no interior das barracas: “Às vezes, utilizo uma luz recarregável, mas ela só ilumina dentro da barraca, fora dela e na calçada não, fica tudo escuro”, relata o vendedor Washington Luiz Nacarado, que trabalha há 32 anos no local.

Os comerciantes relatam que muitos colegas estão pensando em ir embora do local, devido à diminuição das vendas, e estão à espera de melhorias no local, para continuarem seus trabalhos.

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