Professores estaduais entram em greve a partir de hoje
Cpers pretende iniciar a partir das 8 horas sensibilização com colegas que não aderirem ao movimento
Os professores estaduais decidiram na última sexta entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda. O objetivo é pressionar o governo estadual, antes do encerramento do ano letivo, pelo cumprimento da lei que determina o pagamento do piso nacional do magistério, de R$ 1.187.
No Estado, um professor que trabalha 40 horas semanais ganha como vencimento básico R$ 862,80, segundo informações da Secretaria de Educação. A estimativa do governo é que o cumprimento da lei terá um impacto de R$ 1,7 bilhão anual aos cofres públicos. Segundo a secretaria, o governo assumiu o compromisso de pagar o piso, mas isso será feito de forma gradual até 2014.
O sindicato da categoria (Cpers-Sindicato) cobra o cumprimento imediato da lei, ratificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto. Além disso, é contrário à proposta do governo de reformulação do ensino médio, com aulas voltadas para a preparação para o mercado de trabalho. Para o Cpers, a medida torna o ensino mais deficitário do que já é, além de “tirar a oportunidade dos alunos das escolas públicas de competir em concursos de acesso a cursos superiores”. De acordo com o sindicato, pelo menos 5 mil professores participaram da assembleia, no ginásio Gigantinho. Uma ala do sindicato chegou a defender o início da greve em março de 2012, para não prejudicar o fim do ano letivo, mas a proposta foi rejeitada pela maioria.
Com a recente ratificação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da Lei 11.738/2008, que institui o piso salarial nacional dos profissionais do magistério público da educação básica, os governos precisam cumprir com o pagamento mínimo de R$ 1.187 para professores que têm uma jornada de 40 horas semanais.
Secretaria divulga orientações
No site da Secretaria Estadual de Educação do RS após a decisão da assembléia do Cpers/Sindicato foram postadas as seguintes orientações para a direção das escolas estaduais: Tendo em vista a decisão da Assembleia do CPERS/Sindicato em deflagrar greve a partir do dia 18 de novembro, orientamos sobre os seguintes procedimentos que deverão ser adotados por diretores e diretoras: respeitar a opção do professor e funcionário, garantindo, assim, tanto o direito à greve quanto o direito ao trabalho; zelar pelo direito dos alunos à educação, preservando o espaço escolar e o patrimônio público; garantir o fiel registro da realidade da escola quanto à efetividade de cada professor e funcionário; disponibilizar o registro do ponto dos professores e funcionários que, efetivamente, estiverem cumprindo sua carga horária e regime de trabalho; registrar no ponto a condição de grevista para aqueles professores e funcionários que assim se declararem.
Estudantes criticam a greve
O secretário da Educação Jose Clovis de Azevedo abriu sábado o 56º Congresso Estadual de Estudantes promovido pela União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), no ginásio da Escola Estadual Bento Gonçalves em Canoas. Depois da abertura do evento feita pelo Secretário, o presidente da UGES, Thalysson Silva, falou sobre as decisões políticas das últimas décadas que levaram a desestruturação da Educação gaúcha e brasileira e defendeu as mudanças no Ensino Médio. “Não podemos permitir que o Ensino Médio continue como está, sem perspectiva e sem identidade”, afirmou. O secretário também ouviu manifestações de apoio a reestruturação curricular e críticas à greve proposta pela direção do Cpers. “Convido vocês a darem continuidade a essa mobilização e a participarem das conferências que estão acontecendo para debater a nossa proposta. Não acreditem nas inverdades daqueles que não querem as mudanças. Estaremos sempre à disposição para o diálogo e o debate e vamos respeitar a realidade e a história de cada escola”, finalizou o secretário. Cerca de 600 estudantes das 28 regionais da União Gaúcha dos Eestudantes Secundaristas participaram do Congresso no município de Canoas.
Essa grave traz à tona mais uma vez a degradação em que se encontra o magistério, onde nem os próprios professores pensam neles mesmos, na qualidade de ensino e muito menos nos seus alunos. Você acreditam que os políticos vão parar para pensar em vocês professores nesta época do ano?