Os programas de saúde

A presidente Dilma Rousseff foi à TV anunciar dois programas de governo na área da saúde. Um deles visa dotar os hospitais de mais condições de atendimento, outro, pretende reduzir os atendimentos hospitalares, mediante atendimento nas residências. Dilma está ciente de que o caos instalou-se no sistema nacional de saúde, em que pese o fato de, na teoria, no papel, o Sistema Único de Saúde, ser incomparável.

Mas, da teoria à prática há um abismo cósmico. O Melhor em Casa é justamente o que todo o cidadão sempre sonhou: médicos, enfermeiros e atendimento sem internação hospitalar; sem aquela tensão que existe em um prédio hospitalar; com acompanhamento familiar. O programa será destinado a pessoas com necessidades de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação de pós-operatório e será gratuito.

Se, na prática, for eficaz, ótimo. Reduz a carga de pacientes internados. Mas há um longo caminho a percorrer até que essa prática seja uma realidade cotidiana.

A presidente defendeu encaminhamento de recursos para o Melhor em Casa, de atendimento domiciliar feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e o SOS Emergência, que vai monitorar a gestão dos principais hospitais públicos brasileiros.

Importante: com o mesmo orçamento.

Óbvio que a corrupção desvia muito do dinheiro. Tem que fechar essas torneiras. Não chega até os municípios aquele recurso que pode solucionar questões pontuais, tornando ineficiente, também, o recurso para a escala macro.

O desafio, cujas proporções são inimagináveis, é tirar do papel essas ações, principalmente o de atendimento direto. Embora a população precise de soluções para ontem, esse não é um projeto que possa ser implementado em um estalar de dedos. Ao contrário, é demorado.

Enquanto discurso, é tudo o que o cidadão queria ouvir há muito tempo.

Mas… E sempre há um mas!

Pondere-se sobre a operacionalização, a gestão e os demais sistemas inerentes. Quanto ganhará o médico? Quantos serão? E os enfermeiros, atendentes, motoristas? E as viaturas para os atendimentos? E os medicamentos? Os equipamentos necessários? Como acionar o serviço? Há médicos suficientes para esses atendimentos? E a qualidade?

Dilma Rousseff foi à TV anunciar os programas, mas não esclareceu nada disso. Vale observar que é bom que a presidente tenha constatado que a saúde brasileira está em coma profundo não induzido, já que os municípios mal têm condições de manter abertos o básico. A tentativa de providências é significativa, também.

Oxalá que tudo o que ela prevê torne-se real. Acessível ao cidadão.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.