Simpósio enfoca a sustentabilidade como ferramenta para desenvolvimento regional

Luiz Zank, do Parque Eólico do Cerro Chato, fez a primeira palestra, na noite de ontem

Uma programação diferenciada com o tema Sustentabilidade como Ferramenta Indispensável para o Desenvolvimento Regional teve início ontem à noite, no centro de eventos do Verde Plaza (Clube Comercial), com entrada franca. É o I Simpósio Interdisciplinar sobre o tema. A abertura, à qual compareceram autoridades locais, bem como representantes estaduais e federais, ocorreu na noite de ontem. O evento é uma promoção do campus em Livramento da Universidade da Região da Campanha (Urcamp). A entrada é franca e as vagas são limitadas, segundo informações do setor de Comunicação Social da universidade.

 

Aberto à comunidade, o evento registrou dois painéis na noite de ontem. O primeiro ficou a cargo do engenheiro Luiz Antônio Zank, da Eletrosul, diretor técnico da Usina Eólica Cerro Chato, com o tema Energias Renováveis: Eólica. Já o segundo, com a temática Energias Não Renováveis: Extração Fiscal, esteve a cargo do presidente da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), o santanense Elifas Simas.

O Simpósio tem continuidade nesta terça-feira, com programação específica, a partir das 19h, no salão de atos da Urcamp, onde ocorrerão palestras multidisciplinares. A programação estabelece a participação de diversas lideranças locais, à frente de entidades representativas, bem como autoridades em nível estadual, inclusive nos módulos de debates. O evento congrega, em sua organização, atividades dos vários cursos que a universidade mantém.

Entrevista

O ex-prefeito Elifas Simas, atualmente presidente da CRM, conversou com estudantes sobre a matriz energética brasileira, extração de carvão mineral, sistema integrado nacional. Simas esclareceu que em nível mundial o carvão mineral é uma das fontes geradoras de energia, abordando também o acordo de Copenhagen, um acordo assinado pelo Brasil comprometendo-se a reduzir a emissão de gases que alimentam o efeito Estufa, como o CO2. “Aí está o calcanhar de Aquiles do carvão mineral” – disse Simas. “Todas as energias são poluentes, independente da forma, umas mais, outras menos. O carvão mineral não conseguiu resolver a questão do CO2, mas a Empresa de Pesquisa Energética (Epe) nacional se comprometeu em termos mundiais a emitir “x” por cento de CO2 e aí há uma briga política sobre quem pode continuar emitindo e quem não pode” – refere. Fez referências a algumas questões, como o desmatamento da Amazônia e a indústria de automóveis – que é muito forte em São Paulo – que tem uma força política muito grande. “Chegamos ao Rio Grande do Sul, que tem uma força política pequena e detém 90% do carvão mineral brasileiro. Ocorre que o carvão mineral foi retirado da matriz energética no plano decenal até 2020. Há uma pressão muito grande e a CRM participa dessa luta, pois há possibilidades de investimentos de US$ 7,5 bilhões para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina” – disse Simas.

O Brasil, conforme o presidente da CRM, detém o maior sistema de distribuição de energia do mundo. Só 3,8% do nosso território não é atingido pelo sistema integrado nacional, segundo Simas, acrescentando que esse é o sistema que envolve todas as formas de produção de energia. “A distribuição é equânime, de forma a não haver falta de energia em nenhum espaço do território, incusive estamos ampliando no aspecto internacional, de integração do sistema, com a união Candiota-Melo (Uruguai). O Brasil fará uma interligação de 500 MW com o Uruguai, além do que já existe em Livramento, com 70 MW” – disse. Esse sistema é o que permite que o Estado não tenha problemas de energia, mesmo importando 65% da energia que o Rio Grande consome. “No ano passado, em fevereiro, nós chegamos em um pico de 5,5 MW de consumo e temos capacidade instalada de distribuição de 6 MW. Quase estourou. Precisamos aumentar e a Aneel tem insistido em que o Rio Grande do Sul precisa produzir energia e essa energia tem só duas formas de fazer em grande volume. Através da eólica, que está se estabelecendo e o carvão” – especifica.

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