O bilinguismo da Feira Binacional do Livro

Num mundo onde as fronteiras são anuladas pela internet, pelo comércio e pelo turismo, a inspiração para ser protagonista deste mundo pode vir de qualquer parte. Os santanenses e riverenses, por exemplo, que gostam de ler e escrever já desfraldam esta atmosfera quase monástica das palavras em dois idiomas com muito orgulho no nosso jornal bilíngue, A Plateia. A aconchegante leitura diante de nossos olhos é um modo de vida transmutado, de pura identidade fronteiriça, onde as opiniões divergentes pela boa informação, não importa. Importa sim, que leitores como eu ou você sinta-se a vontade para informar algo que os outros não saibam. Nele é usado o contexto familiar e social com uma base teórica na sua maioria adquiridas do bilinguismo analisado a partir de uma perspectiva social e da perspectiva não de Estudos Acadêmicos Culturais, mas da realidade nua e crua que nos veste. 

O bilinguismo como fenômeno social ainda é pouco reconhecido no cenário brasileiro, apesar de o tema ter conquistado espaço na Academia Santanense de Letras e no CELER (Centro de Estudos e Leitura de Rivera).

Em termos gerais, considera-se o Brasil um país monolíngue, onde se fala apenas o português brasileiro. Há, no entanto, vários contextos de línguas minoritárias, grupos indígenas, grupos de imigrantes, zonas de fronteira, comunidades afins em que o uso de várias línguas é a regra. Nesses contextos sociolinguisticamente complexos há relações de conflito entre a língua hegemônica e as línguas minoritárias, em geral estigmatizadas, como o portunhol nosso de cada dia.

Meu objetivo neste artigo, até porque sou leigo, não é problematizar o contato da língua, situação de conflito existente na nossa região e suas interfaces com questões de identidade construída no dia a dia. Às vezes surgem conflitos nas relações de interação entre professores e entre professores e alunos dentro das escolas pelo uso incorreto das palavras bilíngues. Alguns professores sugerem que o bilinguismo da comunidade comece na escola, e que a linguagem e conflitos de identidade tornem-se ainda mais forte no âmbito das interações sociais dos que vivem juntos no mesmo espaço. Daí a importância de aperfeiçoarmos as nossas palavras, tanto em espanhol, como em português corretamente na Feira Binacional do Livro, já na sua 2ª edição no parque Internacional.

Carlos Alberto Potoko – Cadeira 35 da ASL

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