A herança do trabalho rural

Apaixonados pela vida no campo, jovens seguem a carreira dos pais e têm como hobby o próprio trabalho

Muitas vezes, a influência e a vontade da família são a base da vida profissional de uma pessoa. Em outros casos, tampouco menos frequentes, o convívio com costumes e tradições desde a infância acaba criando uma linha tênue entre a paixão e o trabalho. E muitos jovens santanenses levam isso como lema. Maria Paula Chuy Torres, de 26 anos, e Bento Brochado, de 25 anos, são dois exemplos claros de pessoas que, em primeiro lugar, seguiram o seu coração na hora de definir onde aplicar suas habilidades profissionais. Maria Paula tem formação como Técnica Agropecúaria e trabalha na estância de sua família. Lá, ela é responsável por uma gama geral de funções, que vai desde o serviço de bem estar dos animais até a parte de administração da cabanha de ovinos e equinos. Confira abaixo a entrevista com a jovem:

A Plateia: Existe uma mudança significativa desde quando você passou a trabalhar nas propriedades da sua família? Você considera que o seu olhar “jovem” possa ter influenciado na forma de trabalhar?

Maria Paula: Creio que um jovem sempre agrega junto a um estabelecimento, pois traz com ele ideias novas. No meu caso, trabalhando com a família, fica mais fácil expor minhas opiniões para, juntos, vermos o que deixaremos para a geração futura usufruir.

A Plateia: Por que você decidiu ficar em Livramento e trabalhar no setor rural?

Maria Paula: Eu sempre fui muito ligada ao setor, cresci acompanhando meu pai, avô e tios que trabalham nisso e creio que este setor vem crescendo dia a dia, e oferece muito futuro. O estabelecimento de minha família se localiza aqui em Livramento, que é uma cidade onde encontramos criatórios importantes do Estado.

A Plateia: Você vê perspectivas para o jovem no campo?

Maria Paula: Vejo muita, o futuro do setor está em nossas mãos. Por isso, temos que cultivar aquilo que nos foi deixado. Hoje, com a tecnologia que nos foi oferecida e com força de vontade vamos longe.

A Plateia: Fale um pouco sobre a sua trajetória, seus planos para o futuro, e se você pretende continuar em Livramento?

Maria Paula: Estudei Técnico Agropecuaria na UDE em Montevideo. Vindo pra Livramento, fui trabalhar com meu avô e pai, na Estancia Serra Nova, que trabalha na parte bovina com ciclo completo, ovinos da raça Corriedale e Ideal e Equinos Crioulos. Venho de uma família ovelheira, então confesso que a cabanha de ovinos é minha paixão, pois além de trazer dinheiro te traz muitos amigos. E o futuro só tenho que seguir trabalhando naquilo que meus avôs me deixaram. E não pretendo sair daqui. 

Bento Brochado

“Uma escolha não é definitiva, ela abre novos caminhos”

Bento Brochado, de 25 anos, desde a infância já convivia com o campo. Ele compõe a 5ª geração que administra a estância da família. Formado em Administração, em Porto Alegre, tendo o apoio dos pais, foi morar na cidade grande para estudar. Há 4 anos em Sant’Ana do Livramento, o jovem conta os planos, dificuldades e benefícios do trabalho em família.

A Plateia: Quais são os principais benefícios e as principais dificuldades de trabalhar diretamente com a família, diariamente?

Bento Brochado: Acredito que a principal dificuldade é saber separar o momento em que você está como filho, na família e a hora em que você está administrando a empresa. O principal benefício é trabalhar com os meus pais, é trabalhar para si.

Bento ainda destacou que as escolhas que tomou, como seguir na carreira dos pais e ir estudar fora da cidade, não foram escolhas necessariamente definitivas, mas sim que possibilitam a abertura de novos caminhos para a sua vida.

 

 

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