Terça-feira, 04 de outubro de 2011
Ação da guilhotina
A Executiva Estadual do PSDB finalmente resolveu se posicionar a respeito da situação de seu único vereador em Livramento e ex-presidente da Executiva Municipal, Bernardo Fontoura. Em reunião realizada na tarde de ontem, com as presenças de vários deputados e de integrantes da atual Executiva Municipal, na sede do partido em Porto Alegre, o comando tucano decidiu respaldar proposição pela expulsão do edil santanense. “Obviamente, será dado a ele o direito de ampla defesa. Todos os ritos serão seguidos, mas essa é uma decisão praticamente inalterável”, confidenciou um dos dirigentes do partido em Livramento, que participaram da reunião da cúpula tucana na capital do Estado. Segundo a mesma liderança, o envolvimento de Bernardo no polêmico uso de combustíveis da Câmara não teve influência direta na decisão partidária. “Há várias questões relacionadas com o regramento interno do PSDB, que vêm sendo descumpridas sistematicamente”, disse o tucano. Bernardo Fontoura, por sua vez, manifestou surpresa com a notícia. “Sequer fui informado sobre qualquer processo nesse sentido. Não fui chamado para que pudesse me defender. Vou procurar o presidente do Partido para esclarecer isso”, disse à Coluna. E acrescentou: “Neste momento, estou aqui na BR, acompanhado pelo Guimarães, convidando uma pessoa para se filiar sabe a qual partido? O PSDB”.
Testemunha
A mobilização em torno da criação do PSD em Livramento, da qual Bernardo Fontoura teria participado diretamente, foi uma das situações determinantes para a decisão dos integrantes da Executiva Estadual do partido. O fato foi relatado, inclusive com minúcias de detalhes sobre a movimentada articulação desenvolvida no fim da semana passada, em Livramento, por um dos mais conhecidos integrantes do comando tucano no Estado.
Firme no lugar
O vereador tucano foi à tribuna na sessão ordinária da Câmara Municipal, ontem à tarde. Foi enfático em dizer que não sai do PSDB, surpreendendo seus pares vereadores e parte do público que assistia à sessão e não tinha conhecimento sobre a proposição analisada ontem pelo comando do PSDB gaúcho. A surpresa maior ficou por conta das informações que circularam no fim de semana na Fronteira, dando como certa a filiação de Bernardo ao PSD. “A proposição partiu aqui de Livramento. Quiseram se antecipar achando que eu iria sair do PSDB. Mas isso eu te digo: não vou sair do PSDB”, garantiu Bernardo.
Saída honrosa
Caso deixasse o PSDB para ingressar em um novo partido – no caso o PSD – Bernardo Fontoura não precisaria devolver o mandato de vereador, de acordo com a legislação. E ainda ganharia força junto ao Governo.
Regras internas
Como base jurídica, devem constar na proposição da expulsão de Bernardo Fontoura do PSDB, segundo uma das lideranças que participou do encontro em Porto Alegre, o fato de que ele não aparece no partido há pelo menos um ano e tampouco tem “comparecido” com a contribuição partidária. A liderança diz que a regra vai ser estendida a todos os que não contribuem, a partir de agora. Bernardo Fontoura considera que os dirigentes estaduais “vão rir dessa proposição”.
Migração
O vereador Edu Olivera entregou ontem à tarde seu pedido de desfiliação do DEM. Estava sendo cogitado para o PSB, mas deve mesmo filiar-se ao PSD, que está em formação em Livramento.
Comércio
A Comissão de Leis e Cidadania da Câmara Municipal deve realizar, na quinta-feira, reunião para discutir proposição de mudança na Lei Orgânica para viabilizar o funcionamento do comércio nos domingos e feriados. O atual texto proíbe, mesmo que haja acordo entre os sindicatos de patrões e empregados. A reunião será às 15h, na Câmara.
Bancários
A Câmara Municipal aprovou, ontem, moção proposta pelo vereador Nelmo Oliveira, do PSB, em apoio ao movimento grevista dos bancários, “reafirmando o apoio irrestrito da comunidade santanense (…) na busca da retomada das negociações com a Federação Nacional dos Bancos”.
Aos diretamente interessados
Os 76 microempreendedores popularmente conhecidos como “camelôs”, instalados sobre a Praça Flores da Cunha, a popular “Pracinha dos Cachorros”, que já concluíram o processo de formalização e que estarão aptos a participar do novo espaço a ser definido pela Prefeitura Municipal, terão o privilégio de receber em primeira mão, oficialmente, as informações sobre o novo local, a data da mudança e principalmente, óbvio, as regras para a transição das bancas do atual “camelódromo” para o que vem sendo chamado de “centro popular de compras”. O eufemismo vale para simbolizar a pretensão de um local melhor estruturado e organizado. O grupo de trabalho que vem discutindo e orientando as ações da Administração Municipal sobre o assunto, do qual fazem parte a Justiça Estadual, o Ministério Público, a Polícia Federal e outros órgãos de segurança pública e a própria Prefeitura Municipal, entre outros, esteve reunido novamente na tarde de ontem. Definiu–se que até o fim deste mês será marcada uma audiência pública com os diretamente interessados – os camelôs – para o repasse das informações sobre o local, as regras e prazos. A mudança deverá estar concluída até o fim de novembro.
Restauração
Depois que os camelôs forem retirados do local onde se encontram há quase 35 anos – o que deverá acontecer até o fim de novembro, conforme definiu ontem o Grupo de Trabalho que acompanha o assunto – a Praça Flores da Cunha será alvo, em dezembro, de uma completa avaliação por parte de uma equipe de professores e estudantes da Escola de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFGRS, com a qual, provavelmente, será formalizado convênio para o trabalho de restauração daquele espaço histórico e turístico da Fronteira da Paz.
Sete chaves
Tanto a Prefeitura, quanto o Grupo de Trabalho guardam como podem a informação sobre o local para onde vai o camelódromo. Fala-se que dois locais estão sob análise. Um deles, o leito da avenida João Pessoa.
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