Excesso de barulho incomoda os fronteiriços

Fiscalização é feita pelo Pelotão Ambiental e DEMA

 

O som alto em lugares públicos, clubes, templos, residências, entre outros, tem prejudicado o sono de muitos moradores da Fronteira. A poluição sonora ocorre em um determinado ambiente, quando o som altera a condição normal de audição, e embora não se acumule no meio ambiente, como outras, causa grave danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas.

Especialista Sérgio Santos falou sobre o volume do som

Segundo o especialista e técnico em som Sérgio Santos, todo volume alto é prejudicial. “É muito difícil quantificar um volume, pois nosso sistema auditivo tem uma redução de som para a própria proteção do sistema imunológico. Por exemplo, durante a noite, quando chegamos para o repouso, se deixamos o rádio com volume baixo com um programa que nos agrade, o volume que era agradável, passa a incomodar, pois o freio vai sendo desligado e a pessoa ouve muito mais do que antes”, explicou Sérgio.

Para o diretor de Salubridad Higiene e Meio Ambiente da Intendencia de Rivera, Alejandro Bertón, quando são autorizados evento nas praças, os limites são excedidos, pois não há uma barreira de contenção. “Pela regulamentação, o limite é de 90Db (decibéis), mas quando há eventos como o Carnaval e a Semana de Rivera, que ocorrem de vez em quando, estes limites são mais permissíveis. Se controla o nível de volume, mas não é suficiente, de qualquer maneira. Há artistas que exigem, em contrato, um nível de volume, e por ser em local aberto, esse volume expande-se um pouco”, afirmou o diretor.

Já o diretor da Divisão de Turismo de Rivera, Enrique Puentes, e a coordenadora do Fórum Santanense da Economia Solidária de Sant’Ana do Livramento, Marisa da Luz, representantes da organização do evento citado por Alejandro Bertón, declararam não terem recebido nenhuma reclamação a respeito do evento realizado no Parque Internacional, nem da comunidade de Livramento, nem de Rivera. “Nunca tivemos problemas com o evento e nem horário estipulado”, declarou Marisa.

Segundo o secretário do Departamento de Meio Ambiente de Sant’Ana do Livramento (DEMA), Fabio Perez, e o engenheiro eletricista pós-graduado em engenharia de segurança do trabalho, Gonçalo Bonfiglio, para o funcionamento de estabelecimentos, como boates, é preciso passar por uma aprovação do DEMA.

Secretário do Departamento de Meio Ambiente de Sant’Ana do Livramento (DEMA), Fabio Perez (d), e o engenheiro eletricista pós-graduado em engenharia de segurança do trabalho, Gonçalo Bonfiglio (e).

A Plateia: Como é realizado o controle de som?
Secretário: Todo estabelecimento que irá abrir precisa passar por uma aprovação do DEMA, regida pelo plano diretor. Assim, é visto o local onde funcionará e conforme a zona vai ser recomendado o horário que esta casa poderá estar aberta, salvo, se houver denúncia, quando são tomadas as devidas providências. Quanto a lugares abertos, não tem como ir à BR (Av. João Goulart), por exemplo, e controlar. Nesse caso, se há uma denúncia de alguém, vai um pelotão da Brigada e, se for necessário, eles nos chamam e vamos ao local. A partir do momento que entra um processo no Departamento, criamos um Roteiro de Fiscalização Ambiental. Após a Ficha, vamos a campo e coletamos as informações do formulário, declarando se está apto para abrir ou não, de acordo com as Normas da Conama (NBR 10151). Em eventos públicos, como o Carnaval, temos que usar o bom senso, e isto é recomendado à organização.

A Plateia: São recebidas muitas denúncias?
Engenheiro: Reclamações de eventos que ocorrem às vezes, não recebemos, mas algumas vezes podemos receber de algum evento contínuo. Mas ainda assim, são raros. Quando acontece, é realizado todo o procedimento com o decibelímetro, porém, se permanecer, há penalidades. A grande maioria atende às solicitações, conforme orientamos. Quanto à fiscalização e controle de som, estamos sempre prontos para atender. Agora, o decibelímetro está em manutenção para realizar melhor o atendimento. Mas, qualquer coisa é só vir aqui no DEMA e denunciar ou ligar para a Brigada Militar.

Alejandro Bertón, Diretor de Salubridad Higiene e Meio Ambiente da Intendencia de Rivera.

Segundo o Sargento Figueiredo, do Pelotão Ambiental de Livramento, não existe um regramento de controle, e o órgão atua através de denúncia ou por declaração do Ministério Público. “O pelotão efetua, através de um militar habilitado, a medição do efeito sonoro. Recebemos algumas denúncias de som alto, mas quando chegamos ao local, já não existe mais. Assim, pode ser considerada perturbação do sossego alheio. Geralmente, somos solicitados pelo Ministério Público para ir a clubes, templos, etc. Quanto ao som alto em carros, existe um protocolo de ação conjunta entre o Policiamento Ambiental, com o Ministério. Se o veículo que estiver sendo usado caracterizar poluição sonora, poderá ser recolhido, bastando apenas a denúncia. Nos colocamos à disposição para qualquer dúvida da comunidade”, informou o sargento.

Para Marli Gomes, autônoma, o que incomoda não é o barulho, mas sim a sujeira realizada perto de seu local de trabalho. “O barulho não me atrapalha, mas, a sujeira, sim”, declarou. Já a servidora pública Xenia Protti, que mora próximo a um clube da cidade, afirma que o barulho não a incomoda. “Não tenho problemas quanto a isso, durmo tranquilamente”, relatou. E seu João Pedro, aposentado, e morador do centro, explicou que, em sua residência, ouve o som alto, mas que isso não atrapalha seu sono. “Eu ouço quando tem algum evento próximo a minha casa, mas gosto, pois relembro minha juventude”, destacou o aposentado.

Efeitos negativos da poluição sonora à saúde:

Insônia (dificuldade de dormir)
Estresse
Depressão
Perda de audição
Agressividade
Perda de atenção e concentração
Perda de memória
Dores de cabeça
Aumento da pressão arterial
Cansaço
Gastrite e úlcera
Queda de rendimento escolar e no trabalho
Surdez (em casos de exposição a níveis altíssimos de ruídos)

 

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