Prisões decretadas pelo STF geram discórdias na Câmara

Moção de Apoio a Joaquim Barbosa é aprovada por maioria pela oposição com 6 votos contrários

Gisler, Aquiles, Maria Helena, Tatiane e Itacir durante a votação

 A prisão de 10 dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão repercutiu na sessão de ontem da Câmara. Foi uma guerra.

Tudo começou quando Carlos Coelho Pintos, líder do PP, ingressou com uma Moção de Apoio ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, apresentando como justificativa a postura de Barbosa na condução do processo do mensalão – que criou um esquema de corrupção capitaneada por lideranças do Partido dos Trabalhadores em nível nacional: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, e ainda, Marcos Valério, José Roberto Salgado; o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), entre outros.

“O encarceramento dos principais envolvidos devolve a confiança ao povo brasileiro na nossa justiça e seus efeitos de coibir atos desse gênero, que denigrem a imagem do País” – disse.

Danubio, Flores e Carine: pela aprovação

Foi como uma bomba detonada. Reagiram de imediato os integrantes do PT santanense.

O líder da bancada petista, vereador Aquiles Pires, disse ser favorável à Moção, desde que constassem todos os envolvidos e não fosse mencionado apenas o PT. A vereadora Tatiane Marfetatan (PTB) retirou a assinatura do requerimento, alegando que não constavam todos os nomes dos condenados no Mensalão.

Quando tudo se encaminhava para o consenso, já que o proponente aceitou retirar o nome do PT, nova polêmica com a solicitação da base para que fossem incluídos todos os nomes dos envolvidos e condenados.

Ante nova divergência, Nilo resolveu manter o texto. “Vamos definir no voto. Não retiro mais nenhuma vírgula” – disse.

Na votação, foram contrários os vereadores Tatiane Marfetan (PTB), Itacir Soares, Aquiles Pires e Jansen Nogueira, do PT; Gilbert Gisler e Maria Helena, do PDT. Eles perderam por 8 a 6, com os votos favoráveis dos vereador Carlos Nilo e Danúbio Barcellos, do PP; Hanney Cavalheiro, Carine Frassoni e Jason Flores, do PMDB; Hélio Bênia e Ivan Garcia, do PSB; e Mauricio Del Fabro (PSDB) .

O vereador Lídio Mendes (PTB) presidiu a sessão e não votou. Ainda foram registradas ausências dos vereadores Germano Camacho (PTB) e Dagberto Reis (PT).

Nilo, autor da proposta: moção polêmica

Na tribuna, Nilo justificou a Moção como uma vitória da democracia. “Com o episódio dos embargos infringentes, o povo já não acreditava na condenação dos envolvidos no mensalão. Com a prisão dos principais articuladores do esquema – Genoino, José Dirceu e Delúbio – voltamos a acreditar na justiça” – declarou, acrescentando que o pedido da situação para que retirasse o nome do PT não se justificava, já que Delúbio, Dirceu e Genoíno continuam filiados ao PT.

“Até receberam apoio dos correligionários, em frente à Polícia Federal, quando foram presos. Ou seja, o PT não foi depurado e vive sob a influência dessa turma” – disparou o progressista. Aquiles Pires contrapôs. Protestou contra a moção que definiu como tendenciosa. “Houve uma atitude prepotente do vereador Nilo ao não aceitar realizar a alteração” – disse.

 

 

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