Amigos e familiares formaram multidão no sepultamento da fronteiriça morta no Rio
Atos fúnebres da Relações Públicas e professora Cláudia Almeida ocorreram em Rivera
Olhares perdidos, desconsolados, saudosos. Cansados. No quinto dia após a morte da Relações Públicas e professora Cláudia Lilian Fernandes Almeida, a família pôde, enfim, dar sequência aos atos fúnebres, na cidade de Rivera. A fronteiriça foi uma das cinco vítimas fatais do acidente com o bonde de Santa Teresa, no sábado, no Rio de Janeiro. O corpo foi velado na sala 1 da Funerária Perroni, durante todo o dia, na presença de familiares e amigos. O sepultamento ocorreu no cemitério Lagunon, no fim da tarde de ontem.
Em uma cadeira de rodas, com a perna engessada, o marido de Cláudia, Hugo Gustavo Gomes Mello, 41 anos, acompanhou o féretro. Com forte infecção no pé, em consequência de um ferimento do próprio acidente no Rio de Janeiro, Hugo chegou à Fronteira de avião da Unimed, na noite de terça-feira, e somente foi liberado da internação no Centro Hospitalar Santanense para acompanhar as últimas homenagens à esposa.
Na entrada do cemitério, uma cena impressionou ainda mais. O filho do casal, Bernardo, 6 anos, se manteve à frente do cortejo. Passo firme, flores à mão, o menino traduzia o sentimento de toda a família – desconcerto, mas a necessidade de seguir em frente.
O bonde de Santa Teresa é uma atração turística popular no Rio de Janeiro. Um dos trechos mais conhecidos é a passagem por cima dos Arcos da Lapa. O veículo, inclusive, foi retratado no filme Rio. No sábado, superlotado, um dos carros teve um problema mecânico e descarrilou – bateu em dois postes antes de tombar. No acidente, morreram cinco passageiros e outros 57 ficaram feridos.
No momento do socorro às vítimas, os objetos pessoais foram furtados. A bolsa de Cláudia estava entre esses itens – o resultado foi uma espera ainda maior de Hugo pela liberação do corpo da esposa. Ele chegou a ficar 17 horas em frente ao Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro aguardando a resolução para providenciar o translado. Por isso, os atos fúnebres chegaram a ser anunciados para segunda-feira, foram transferidos para terça-feira e acabaram ocorrendo somente ontem, quarta- -feira.
A viagem de Cláudia e Hugo ao Rio de Janeiro foi um presente das amigas da Relações Públicas, em virtude de seu aniversário, em 15 de julho. Doble-chapas, Cláudia e Hugo se conheceram em Santa Maria, quando estudavam na cidade. Casados, viviam atualmente em Jaraguá do Sul, cidade no litoral de Santa Catarina, onde Hugo atua como engenheiro-chefe da multinacional Weg. O casal tem dois filhos, Milena e Bernardo, de 8 e 6 anos.
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Fotos: Daniel Badra/AP