Primavera com influência do La Niña terá menos chuva
Incidência de granizo, grandes tempestades e dias frios até mais tarde estão na previsão
![DANIEL BADRA/AP](http://jornalaplateia.com/aplateia/wp-content/uploads/2011/09/p02_20110926_db_primavera.jpg)
“As flores da Fronteira têm um perfume diferente das demais. E a cumplicidade das pessoas em Livramento e Rivera não se encontra em lugar nenhum”. Enquanto passeava pelo Parque Internacional, Queli Cristiane Mendes aproveitou as flores para registrar a visita da família. Naturais de Rivera, eles vivem em Montevidéu e aproveitaram as Férias de Primavera para rever parentes e amigos, e fazer compras. "Aqui são notados pequenos atos, como as pessoas se cumprimentarem na rua, muitas vezes mesmo sem se conhecerem. Aqui todo mundo se dá com todo mundo", aponta. A visita da família Mendes termina na manhã de hoje, quando retornam à capital uruguaia com compras, fotos e belas recordações deste início de primavera na Fronteira da Paz. Na foto: (da esq. para a dir.) os irmãos Felipe, Joaquim e Frederico e a mãe, Silvia, posam para Queli junto a uma Azaleia.
“O ano começou sob o La Niña, que chegou ao fim durante o outono, trazendo condições de neutralidade no Pacífico na maior parte do inverno, mas as águas esfriaram nas últimas semanas com o retorno do La Niña”, explica Hackbart. A presença do La Niña no Pacífico deve ter importantes impactos na chuva e temperatura durante a primavera de 2011 no Rio Grande do Sul, com características semelhantes ao observado nos anos de 1995 e 2008, segundo a avaliação da MetSul. Segundo Hackbart, apesar do natural aumento dos episódios de calor com a maior proximidade do verão, sobretudo entre novembro e dezembro, a tendência é que a primavera registre eventos tardios de frio e geada, apresentando frequência de dias de temperatura baixa acima dos padrões médios históricos. “A diferença para o inverno é que o frio deve se limitar mais à noite”, explica Hackbart. O contraste entre o ar frio na costa e mais quente a Oeste deve trazer ainda dias com tardes bastante ventosas.
A chuva deve se tornar mais irregular no Rio Grande do Sul no decorrer da nova estação, inclusive com risco de escassez e déficit hídrico, trazendo reflexos negativos para a agricultura, especialmente nas Metades Oeste e Sul. Cenário que não pode ser afastado é que algumas áreas do Estado possam se ressentir de condições de estiagem até o fim da nova estação, adverte a MetSul. Na Metade Norte e no Nordeste gaúcho, a chuva deve ter maiores volumes que o restante do território gaúcho, entretanto deve ser igualmente mais irregular que no inverno. Apesar da diminuição, em geral, dos volumes de chuva, a primavera deve registrar alguns episódios pontuais com precipitações expressivas, mais associados a temporais e áreas de instabilidade que avançam do Norte da Argentina, e que devem afetar principalmente o Centro, Oeste e Norte do Estado.
A frequência de temporais não deve ser tão alta quanto em anos de El Niño, contudo o ingresso tardio de ar frio na nova estação, com a atmosfera mais aquecida no Centro da América do Sul devido à proximidade do verão, agravará o risco de tempestades muito severas. Ano com características semelhantes a 2011 chegaram a ter tornados na primavera, caso de Águas Claras (Viamão) em 11 de outubro de 2000. A MetSul alerta, ainda, que a incidência de granizo, historicamente, também tende a aumentar em primaveras com La Niña, como é o caso deste ano.