O grande Saladino

O chefe árabe Saladino, mesmo depois de séculos, é considerado um herói das Cruzadas, durante as quais tropas de cavalaria ocidentais procuravam consolidar a posse de Jerusalém e de outras cidades do Oriente sob o pretexto de proteger aos peregrinos católicos e defender aquela região santa contra os inimigos da fé cristã. Dessas campanhas militares participaram exércitos de cavalaria franceses, ingleses, italianos e de outros países, entre os quais os famosos cavaleiros templários.

Saladino, por sua vez, também lutava por sua fé e considerava os invasores ocidentais infiéis ao islamismo.

Conforme ficou demonstrado em várias oportunidades, Saladino, além de chefe militar, era um ser humano dotado de altos princípios morais e religiosos, capaz de gestos de extrema fidalguia e amabilidade com seus adversários. É conhecida a troca de gentilezas entre ele e o Rei Ricardo Coração de Leão. Quando Ricardo foi ferido em combate, Saladino, concedendo-lhe uma trégua, teve a delicadeza de pedir ao seu médico particular que o tratasse. Depois enviou-lhe frutas e neve para esfriar suas bebidas. Em outra ocasião, não me lembro se antes ou depois, tendo o mesmo Rei Ricardo perdido seu cavalo, Saladino mandou-lhe de presente dois cavalos em substituição ao animal morto. Por sua vez Ricardo I teria retribuído suas gentilezas e concordado em conceder ao irmão de Saladino a mão de sua irmã, cujo presente de casamento seria a cidade de Jerusalém.

Saladino, cujo nome árabe era Salah-al-Din Yusuf bin Ayub, foi sultão do Egito, da Síria e da Palestina e depois de várias batalhas, nas quais em algumas oportunidades venceu e em outras foi derrotado, conseguiu finalmente, em nome de Alá e do povo muçulmano, reconquistar o território do islã invadido pelos exércitos inimigos.

Sua grandeza, como a do espanhol El Cid Campeador, ainda hoje é reconhecida por todo o mundo árabe e também pelo mundo ocidental, sendo lembrado, depois de muitos séculos, como uma figura exemplar, heróica e legendária, magna em força, sabedoria e generosidade.

Quando Saladino morreu, diz-se que estava tão pobre que não havia dinheiro nem para pagar seus funerais.

É que o seu dinheiro e seus tesouros haviam sido gastos em vida, por ele mesmo, em devoção aos sublimes ideais de sua fé, construindo mesquitas e praticando a caridade e a filantropia entre o seu povo.

Quem ainda não assistiu ao filme “ARN, O Cavaleiro Templário”, deve fazê-lo. Ali aparece Saladino muito bem caracterizado e fiel aos relatos que dele faz a História.

Luciano Machado

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