Vidas perdidas

Novamente, a segunda-feira inicia com notícias tristes para Sant’Ana do Livramento, e País como um todo, que vem contabilizando perdas e mais perdas de vidas a cada fim de semana. Alta velocidade, imprudência, estradas ruins, sinalização inexistentes, falta de iluminação… As desculpas sãos inúmeras, mas as ações efetivas muito poucas nas estradas estaduais e federais. Campanhas já não adiantam mais ou, em primeiro momento, para a sociedade, parece cada vez menos eficazes. A população se pergunta se o dinheiro empregado em campanhas contra acidentes não seria mais útil para ampliar as rodovias ou para melhorar sua sinalização.
A tecnologia está voltada ao mundo moderno, mas nada de eficaz para frear de vez a mortandade está sendo pensado. Quem sabe controladores de velocidades via satélites, sensores de segurança que acionem airbags, estruturas reforçadas como nos carros de Fórmula 1 ou até mesmo uma fiscalização em cada trecho perigoso, possam ser a saída para aumentar a segurança nas estradas.
O fato é que mais três santanenses tiveram suas vidas interrompidas em mais um acidente brutal no domingo, na BR-158, em Santa Maria. Familiares, amigos e demais pessoas próximas, passam a amargar as perdas que serão irreparáveis e não terão a quem exigir uma solução imediata, para que outras não passem pela mesma situação.
Uma frase dita por um oficial da Brigada Militar, certa vez, para exemplificar uma situação diferente desta que ocorreu domingo, disse: “A sociedade não sabe o poder que tem”. Ele estava se referindo ao povo organizado e focado na solução de algum problema, muitas vezes, visto sem solução.
Nos últimos meses, vimos pela televisão, ouvimos pelo rádio e acompanhamos pelos jornais, vários manifestantes gritando palavras de ordem com bandeiras das mais diversas reivindicações, as quais acabaram em confronto policial e até mesmo em baderna e quebra-quebra.
Se a sociedade organizada conseguisse focar suas ações, até então dispersas, em questões únicas para exigir soluções imediatas, talvez tudo isso fosse diferente. Se o tema é estradas. Com certeza não ouviríamos todo o início de semana que alguma cidade perdeu seus cidadãos em violentos acidentes.
Quem sabe se o foco fosse saúde, não teríamos tantos hospitais e prontos-atendimentos lotados e sem os recursos necessários para aplicar um atendimento de qualidade. Quem sabe se o foco fosse a recuperação de apenados, não teríamos tantas incidências de presidiários que não conseguem se ressocializar.
Quem sabe se o foco fosse segurança pública, não teríamos um índice quase zero de ocorrências policiais. Quem sabe?
Enquanto isso, as notícias negativas continuarão sendo manchetes.

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