Pior do que se prevê

A pedra do crack avança por todas as regiões do Estado e faz do enfrentamento ao problema, um dos principais desafios para pequenas e médias cidades. Mas crack é droga de quem tem pouco dinheiro ou de quem fica pobre. Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), atualizado em tempo real somente por Prefeituras de São Paulo, mostra que 194 cidades paulistas detectaram ter alto nível de problema decorrente do consumo de crack – quase um terço dos 645 municípios do Estado. Imagine essa realidade que os números atestam, considerando uma outra droga: a maconha.
Agora imagine, o plantio fácil e acessível.
Agora, imagine, seus filhos tendo ao alcance das mãos.
Pare de imaginar.
Perceba que isso ocorrerá aqui do lado.
No Uruguai, com a liberação da cannabis.
A guerra contra as drogas é travada em diversas frentes, que passam por medidas do Estado, da União e dos municípios nas ações preventivas e de punição no combate às drogas. Nos municípios, uma das atitudes é disponibilizar estrutura para internação de dependentes químicos.
O vice-prefeito Edu Olivera colocou ontem, durante o programa Canal Livre, que no comitê que está buscando formatar, é de fundamental importância o combate, a conscientização e a participação da sociedade. O narcoturismo, ou narcotur, já está sendo previsto em função da Fronteira Livramento-Rivera.
Tem razão.
A maconha é a porta de entrada. Mais do que “dar um barato legal” dá problema, pois quem tem dinheiro migra da maconha para a cocaína e outras drogas mais caras, ao passo que aqueles que não dispõe de dinheiro para sustentar o vício, vão para as drogas mais baratas, como a merla e, certamente, acabam no crack. Pior, quebram suas casas e vendem tudo o que tem dentro para conseguir uma pedra para fumar.
A sociedade precisa estar atenta à legalização que o Uruguai estabeleceu. Por mais que insistam as autoridades do país vizinho de que haverá controle, que controle pode ocorrer em pequenas propriedades que são autorizadas a manter um determinado número de plantas e quem garante que desse plantio não existirá comercialização?
O fio de bigode? A palavra?
Quem vai buscar soluções sociais para os problemas que virão? Os Caps AD?
Ora, são valorosos os esforços dos Centros de Ação Psicossocial Álcool e Drogas (Caps).O problema é que Estado e União não se entendem na questão do modelo de tratamento. Enquanto o governo do Estado defende a internação de dependentes por meio dos Caps, a política nacional é contra a internação.
Todas as iniciativas que têm o objetivo de combater o crack e outras drogas, seja nos campos da prevenção, da punição aos criminosos do tráfico de drogas e no atendimento aos dependentes químicos para que se livrem desse pesadelo, têm que ser incentivadas. O benefício precisa ser geral, a começar pelos dependentes e seus familiares e também por toda a população.
As drogas se apresentam como origem de muitos crimes. Na medida em que as ações de combate começarem a ganhar a guerra, o reflexo é direto nas áreas de segurança e de saúde. Que as autoridades públicas tenham sabedoria para vencer esta difícil guerra social.

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