Dia de quem?

Crianças na rua; crianças passando fome; crianças agredidas; crianças traficadas… Neste sábado, “comemora-se” o Dia das Crianças. Mas não vamos falar sobre aqueles que receberão seus presentes, sejam eles quais forem, pois com diz o gaúcho o que vale mesmo é a intenção, e o brasileiro fala em tamanho do bolso, para mensurar a qualidade e o valor que cada pai ou mãe poderão investir neste dia tão esperado por todos os pequeninos. Vamos falar sobre aqueles que neste dia, mais uma vez vão sofrer na pele a ausência de alguma coisa, como um presente, ou pior, de um carinho, de um abraço e de sua dignidade. Enquanto o país está focado em escândalos na esfera política, ou na realização da Copa do Mundo, centenas de crianças estarão sofrendo mais um dia de quebra dos seus direitos.
Neste sábado, leremos coisas do tipo: evento no parque; evento na praça; distribuições de brinquedos, enfim; mas não leremos: construções de creches; de casas de passagem; de escolas realmente com acessibilidade plena ou sobre alguma criança que foi retirada da vulnerabilidade social.
Mesmo depois da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, as coisas continuaram quase iguais. Claro que nos dias atuais muito é possível, no sentido de minimizar o problema, mas na prática muitas crianças ainda aguardam uma oportunidade de serem felizes.
Como poderemos explicar aos pequeninos que ainda é tão difícil viver em harmonia dentro de uma sociedade organizada? Como explicar para eles que uns recebem um bom lar, um cobertor quente e um afagado de seus pais, enquanto que outros são maltratados?
Como uma nação poderá planejar o seu futuro, sem poluição, sem guerras, sem fome, se nossas “sementes” estão se desenvolvendo de qualquer jeito?
Quem sabe seja a hora de pararmos e repensarmos o verdadeiro motivo da vida. Colocar filhos no mundo, somente por colocar está cada vez mais comum e a irresponsabilidade praticamente inimputável.

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