O goleiro Pantera

Um dos grandes ídolos do futebol santanense foi o quase lendário goleiro Pantera, do glorioso l4 de Julho, o Leão da Fronteira.
Pantera atacava a bola chutada em sua goleira segurando-a firmemente com apenas uma das mãos, direita ou esquerda, conforme o lado em que viesse. Sua figura impunha respeito aos adversários e a seus próprios companheiros pelo modo destemido com que se movimentava, como se fosse mesmo uma pantera. Muitas são as histórias verdadeiras ou não sobre esse legendário goleiro negro que media quase dois metros e era capaz de proezas tais como segurar uma cadeira pelo espaldar com os dentes e a erguer do chão com alguém sentado nela.
E não obstante a sua prodigiosa força física, o Pantera tinha uma natureza tranqüila e uma leveza de gestos que confundia o mais experiente dentre aqueles que chutavam uma bola em sua direção e que ele invariavelmente segurava, com a mão esquerda ou direita, como se adivinhasse antes do chute o lado em que a bola vinha.
Consta que em diversas ocasiões quiseram levar daqui o Pantera para jogar em outros clubes, mas ele jamais quis abandonar o seu time rubro-negro, o l4 de Julho. Certa vez, sentindo que o iam negociar, tomou tal bebedeira (e ele não bebia) que se manteve embriagado durante todo o tempo em que a delegação do clube interessado permaneceu na cidade, e assim acabaram desistindo de transacionar o seu “passe”.
Quando Pantera abria seus compridos braços e pernas e esticava os dedos de suas grandes mãos formava com eles um “x” que abarcava os quatro cantos de sua goleira, e o seu sorriso, que brilhava e mostrava a alvura de seus dentes, denunciava o seu otimismo e o seu invariável bom humor, antes, durante e depois do jogo.
Naqueles tempos do Pantera, do Neri, do Nei Savi, do Ely, do Valmir, do Ademir, do Saca, do Piti, do Bino, do Tourinho, do Jurandir, do Gaguincha, do Conrado, do Cacaio, do Jarbas, do Sonha, do Luis Carlos, do Amorim, do Canarinho, do Adãozinho e tantos outros jogadores nossos (do Quatorze, do Grêmio, do Fluminense e do Armour), comparáveis na devida proporção a Pelé, Didi, Nilton Santos e Garrincha, que eram os melhores do futebol mundial em todos os tempos, ser um jogador de futebol significava muito mais do que obter prestigio e remuneração, até por que muitos deles tinham, paralelamente, outra profissão, e porque, amando a sua terra, o esporte, o seu time e a sua torcida, davam o máximo empenho de si para realizar uma bela partida e vencer o adversário, tendo como prêmios unicamente a consciência tranquila e a alegria da vitória.

Um dos grandes ídolos do futebol santanense foi o quase lendário goleiro Pantera, do glorioso l4 de Julho, o Leão da Fronteira.
Pantera atacava a bola chutada em sua goleira segurando-a firmemente com apenas uma das mãos, direita ou esquerda, conforme o lado em que viesse. Sua figura impunha respeito aos adversários e a seus próprios companheiros pelo modo destemido com que se movimentava, como se fosse mesmo uma pantera. Muitas são as histórias verdadeiras ou não sobre esse legendário goleiro negro que media quase dois metros e era capaz de proezas tais como segurar uma cadeira pelo espaldar com os dentes e a erguer do chão com alguém sentado nela.
E não obstante a sua prodigiosa força física, o Pantera tinha uma natureza tranqüila e uma leveza de gestos que confundia o mais experiente dentre aqueles que chutavam uma bola em sua direção e que ele invariavelmente segurava, com a mão esquerda ou direita, como se adivinhasse antes do chute o lado em que a bola vinha.
Consta que em diversas ocasiões quiseram levar daqui o Pantera para jogar em outros clubes, mas ele jamais quis abandonar o seu time rubro-negro, o l4 de Julho. Certa vez, sentindo que o iam negociar, tomou tal bebedeira (e ele não bebia) que se manteve embriagado durante todo o tempo em que a delegação do clube interessado permaneceu na cidade, e assim acabaram desistindo de transacionar o seu “passe”.
Quando Pantera abria seus compridos braços e pernas e esticava os dedos de suas grandes mãos formava com eles um “x” que abarcava os quatro cantos de sua goleira, e o seu sorriso, que brilhava e mostrava a alvura de seus dentes, denunciava o seu otimismo e o seu invariável bom humor, antes, durante e depois do jogo.
Naqueles tempos do Pantera, do Neri, do Nei Savi, do Ely, do Valmir, do Ademir, do Saca, do Piti, do Bino, do Tourinho, do Jurandir, do Gaguincha, do Conrado, do Cacaio, do Jarbas, do Sonha, do Luis Carlos, do Amorim, do Canarinho, do Adãozinho e tantos outros jogadores nossos (do Quatorze, do Grêmio, do Fluminense e do Armour), comparáveis na devida proporção a Pelé, Didi, Nilton Santos e Garrincha, que eram os melhores do futebol mundial em todos os tempos, ser um jogador de futebol significava muito mais do que obter prestigio e remuneração, até por que muitos deles tinham, paralelamente, outra profissão, e porque, amando a sua terra, o esporte, o seu time e a sua torcida, davam o máximo empenho de si para realizar uma bela partida e vencer o adversário, tendo como prêmios unicamente a consciência tranquila e a alegria da vitória.

Luciano Machado

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