O QUIOSQUE DAS ADESÕES

Até a próxima sexta-feira, políticos sem compromisso com uma doutrina partidária terão a chance de participar do troca-troca de siglas desde que as adesões sejam para os recentes partidos homologados pela Justiça Eleitoral.

O que em tempos mais decentes da política brasileira era considerado um vira-casaca quem trocasse de partido, hoje isso saiu de moda. Pelo contrário, o troca-troca despiu-se dos fundamentos éticos que deveriam orientar a vida pública da classe política para se transformar num balcão de negócios.
Não é por acaso que o ponto de conversa para as adesões já veio batizado como o quiosque (ou barraca) dos novos partidos. O registro é da imprensa de Brasília: “O PROS vai armar uma barraquinha no salão verde da Câmara, a partir desta quarta-feira, para fazer filiação em massa. O partido acredita que pode conseguir a adesão de 30 parlamentares. Nesta segunda-feira, o deputado Givaldo Carimbão (AL), ex-PSB, foi o primeiro a comunicar à Mesa sua filiação ao novo partido”.
O número exato dos deputados que estão trocando de partido será computado no próximo fim de semana. Parlamentares do chamado baixo clero são os mais visados pela facilidade com que trocam de partido. Eles recebem propostas milionárias em termos de apoio e até de dinheiro, sem maiores preocupações com programas e ideologias.
A rigor só pensam na reeleição ou em alcançar algum degrau na escada que leva um parlamentar a se destacar no cenário político No entanto, desconhecem a regra básica do troca-troca: os que negociam seus mandatos às vezes perdem seus eleitores e não conquistam outros. É que o eleitor também gosta de mudar de candidato…

AS REGRAS
Pela regra atual, o parlamentar que ingressar num partido recentemente criado não poderá ter o cargo questionado pela legenda que o abrigava anteriormente. As negociações políticas dos novos partidos envolvem divisão de tempo de TV em campanhas eleitorais e recursos do fundo partidário.

HORÁRIO ELEITORAL
No caso do horário eleitoral, a estimativa é que cada deputado represente 2,5 segundos em cada bloco da propaganda durante as eleições. Por este cálculo, o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força nasceria com um capital de quase um minuto.

DINHEIRO À VONTADE
Em relação ao fundo partidário, a divisão é feita com base nos votos recebidos nas últimas eleições, mas a estimativa é que a legenda de Paulinho da Força tenha mais de R$ 10 milhões a receber a partir do próximo ano.

FIM DA FARRA?
Diante da agitação no mercado eleitoral, PT e PMDB já trabalham para tirar da gaveta o projeto que inibe a criação de novas agremiações. O objetivo dos dois maiores partidos governistas é fechar a brecha na regra da fidelidade partidária criada pelo Judiciário.

TUBAÍNA ESPACIAL?
A sonda espacial detectou a presença de um ingrediente plástico em uma lua de Saturno. Esta é a primeira vez que o propileno é encontrado fora da Terra, segundo a NASA. Só pode ser brincadeira da agência espacial.

HINO ADESISTA
O Partido Republicano da Ordem Social (PROS) já tem hino e parte dele diz assim: “Sonhar não é demais/Somos todos brasileiros e não desistimos de sonhar/Eu sou do PROS, não posso ser do contra”. É por isso mesmo que o partido já nasce sendo apoiador do governo Dilma.

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