O NÓ DA COPA APERTA

Bem ou mal a Copa do Mundo já não pode mais ser transferida para outro país, mesmo que isso ainda seja um desejo muito secreto e mantido lá no fundo do coração dos dirigentes da Fifa.

A verdade é que a Copa sai no Brasil de qualquer jeito por que a Fifa caiu no conto da carochinha aplicado por Lula quando prometeu a Joseph Blatter que nosso país faria o melhor evento esportivo mundial de todos os tempos.

Passada a euforia, o estilo brasileiro de fazer as coisas incorporou-se à rotina nacional e o resultado que hoje a Fifa constata em nosso país (pelas caras e bocas que fazem Blatter e Jerome Walcke) lembra a mesma situação de quem caiu no conto do bilhete que era falso, mas que a vítima pensou ser o da “sorte grande”.

O secretário da Copa Jerome Valcke está em Porto Alegre e já disse que as tais estruturas temporárias não serão bancadas pela Fifa. Isto está fora de questão! Essas instalações -que incluem lugares para mídia, patrocinadores, televisão, entre outros itens – são consideradas essenciais pela Fifa para a realização do campeonato

Quem expôs as despesas das estruturas temporárias foi o Ministério Público Federal com uma argumentação respeitável e procedente. No ano passado, nos meses de setembro e outubro, procuradores entraram com duas ações exigindo que as estruturas temporárias para estádios e para transmissões de televisão não fossem pagas por municípios e governos do Estado.

A alegação do MPF é que não haveria nenhum ganho para o público. Mas a Fifa e o COL (Comitê Organizador Local) têm contratos assinados com o compromisso das autoridades públicas de bancar esses custos. E é aí que o bicho pega. Quem prometeu e comprometeu sua palavra oficialmente foi o Poder Público.

Aqui no RS, o presidente do Inter Giovani Luiggi já disse que o clube não tem dinheiro para bancar as estruturas provisórias e o prefeito José Fortunatti está admitindo gastar alguma verba com equipamentos que se tornem patrimônio público e não sejam provisórios, ou seja, descartáveis.

Fico imaginando aquelas reuniões preparatórias desde 2007 quando o Poder Público prometia tudo para a Fifa para ter o direito de sediar jogos da Copa. Agora se sabe onde se meteram e estão enrascados com o nó que se aperta em seus pescoços.

COMO FAZER?
Se o MPF vencer na sua tese de que não se pode colocar dinheiro público em obras provisórias sem ganho da comunidade estará formada a confusão. Quem fará as obras e o que fará a Fifa se a Justiça decidir em favor do MPF?

 

CASO CONTRÁRIO
Mas é bem provável que o Poder Público entre na construção das estruturas provisórias com dinheiro das prefeituras e dos governos estaduais nas cidades onde serão realizados os jogos. E é aí que começará outro embróglio.

AS LICITAÇÕES (1)
Segundo a agência UOL, as cidades-sede já começaram o trabalho de levantamento do que será necessário de estruturas provisórias com o COL e a Fifa, além de cotação de preços no mercado. Só que não prepararam o processo licitatório com esse objetivo.

AS LICITAÇÕES (2)
A questão é que, para fazer a contratação, terá de ser iniciado um processo de licitação que demora dois meses, na visão dos administradores públicos. Ou seja, para que se inicie a instalação em março, isso teria de começar em janeiro de 2014.

AS LICITAÇÕES (3).
“A operação de montagem das estruturas complementares ocorre de forma gradativa e varia de estádio para estádio, podendo começar até três meses antes do primeiro jogo para recebimento de materiais e cabeamentos’’, explicou a assessoria do COL, que, anteriormente, já reafirmou que espera o cumprimento dos acordos assinados pelos governos.

A BRONCA
Em suas ações, o MPF alega que quer evitar um gasto de R$ 1 bilhão com estruturas provisórias na Copa-2014. E também pede o ressarcimento de cerca de R$ 229,7 milhões gastos com esse tipo de instalação na Copa das Confederações. Por conta dessa operação, cada jogo dessa competição saiu por R$ 16 milhões.

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