Terça-feira, 12/02/14

ABRIU A PORTEIRA? 

A médica cubana Ramona Matos Rodriguez que abandonou o Programa Mais Médicos – essa estranha parceria dos governos do Brasil e de Cuba – pode ter dado o início de uma debandada em massa dos colegas que vieram ao nosso país para o preenchimento de vagas para profissionais da medicina, conforme mapa do Ministério da Saúde. 

O que surpreende na atitude da médica cubana é a a sua declaração de que não tinha conhecimento do salário pago a outros médicos estrangeiros. Para ela e para os médicos cubanos a remuneração do Programa Mais Médicos seria de 400 dólares (mil reais), mas ao saber que havia médicos ganhando 10 mil reais (4 mil dólares), Ramona chutou o balde. 

Agora, a médica cubana quer que o governo brasileiro lhe pague pelo menos 36.000 reais. O dinheiro, segundo ela, refere-se à diferença entre o salário que recebia e o ofertado aos demais participantes do programa Mais Médicos. Em casos semelhantes pela legislação trabalhista brasileira “toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.” 

O que não deixa de ser estranho é o fato consumado desse contrato documentado de trabalho escravo entre Brasil e Cuba e já na época de sua divulgação não houvesse qualquer ação contestatória do Ministério Público do Trabalho. A imprensa divulgou exaustivamente os valores que seriam pagos aos cubanos e a outros médicos estrangeiros. 

Não faltou também o cálculo de quanto o Brasil vai repassar a Cuba mensalmente pelos “escravos” cedidos. O jornalista Augusto Nunes se encarregou de mostrar a transferência de valores para a ditadura dos Irmãos Castro. 

“Sabe-se agora que cada cubano anexado ao programa Mais Médicos custa ao Ministério da Saúde 10 mil reais por mês, dos quais 7,6 mil são embolsados pelo governo comunista. A partir de março, portanto, quando chegarão a 7.378 os jalecos importados da ilha-presídio, o Brasil entregará aos Irmãos Castro, mensalmente, R$ 56.220.360. Pelo câmbio de hoje, são 23,5 milhões de dólares” – escreveu Nunes. 

A médica Ramona Matos Rodriguez rompeu o primeiro grilhão de sua condição de escrava cedida pelo governo cubano ao Brasil. Seu medo não terminou por que ela teme pela sua segurança, mesmo tendo pedido asilo aqui e, por garantia maior, aos EUA. 

Se o governo americano lhe der asilo, ela fará companhia a outros cinco mil médicos cubanos que desertaram de sua missão no mundo. Para os médicos, uma missão humanitária, para a ditadura cubana um negócio com carne humana. 

SOLIDARIEDADE 

Nos últimos dez anos, algo como cinco mil médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos desertaram de missões internacionais. Este número é uma escrituração das fugas feita pela entidade chamada Solidariedade Sem Fronteiras, com sede em Miami. 

NEGÓCIO RENTÁVEL 

A exportação de médicos tornou-se uma importante fonte de divisas para Cuba. Estima-se em cerca de 50 mil o número de cubanos que prestam serviços médicos no estrangeiro. Muitos aproveitam para desertar. Trocar médicos por dólares é o hoje o maior negócio exterior praticado por Cuba. 

EMPREGO GARANTIDO 

A doutora Ramona recebeu nesta quinta-feira proposta da Associação Médica Brasileira (AMB) – que sempre criticou o Mais Médicos, do governo federal – para trabalhar no setor administrativo do escritório da entidade em Brasília. A questão salarial, a carga horária e a função serão discutidas na segunda-feira, 10, em reunião na sede da AMB, em Brasília, e o contrato será assinado no dia seguinte. 

RECADO 

A proposta da AMB poderá ser ampliada com o apoio dos Conselhos Regionais de Medicina, Associações Médicas estaduais e pelos sindicatos da categoria. Isso significa que quem abandonar o trabalho escravo poderá prestar serviços administrativos iguais aos oferecidos a dra. Ramona.

 

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