SIM ou NÃO à permanência das APAEs

Deputado Afonso Hamm e lideranças de Livramento apoiam as escolas especiais e Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais

Há quase três anos tramitando no Congresso, o PNE (Plano Nacional de Educação) passa por impasse no Senado, devido a divergências em relação à Meta 4, que pretende universalizar o atendimento a alunos deficientes, de 4 a 17 anos, na rede regular de ensino, e recebe críticas das Apaes, associações tradicionais no atendimento de pessoas com deficiência intelectual. Muitas pessoas têm debatido o assunto – umas a favor e a grande maioria contra o projeto.

O deputado federal Afonso Hamm (PP-RS) manifestou em plenário, na Câmara dos Deputados, o seu posicionamento em defesa da permanência das escolas especiais e das APAEs

Recentemente, o deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), mais uma vez, manifestou em plenário, na Câmara dos Deputados, na semana passada, o seu posicionamento em defesa da permanência das escolas especiais e das APAEs. Na opinião do parlamentar, a defesa destas entidades só não é feita por aqueles que não conhecem o importante trabalho que desenvolvem. “No âmbito do Brasil, conheço a história que as APAEs construíram pela inserção dessas pessoas que têm deficiência mental ou física, o que significa, lógico, uma política de inclusão, que já estabeleceu importantes avanços. No entanto, é importante as esferas governamentais terem a sensibilidade sobre atuação e atendimento especializado que é realizado nestas escolas”, argumentou.

Com isso, o plano que põe em cheque a permanência das APAEs motivou opiniões de lideranças em Sant’Ana do Livramento, tais como o vice-prefeito Edu Olivera; o presidente da Câmara de Vereadores, Dagberto Reis, o secretário de Educação, Mario Santana; e, também, o presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais, Mainard Machado Tappes.

OPINIÕES

Presidente da Apae/Livramento, Mainard Machado Tappes
O presidente da instituição, Mainard, destacou que, hoje, a APAE de Sant’Ana do Livramento, enquanto Movimento Apaeano (63 anos de história), vive um momento de reivindicações quanto à aprovação do texto do Plano Nacional de Educação (PNE), Meta 4, no que tange à educação especial.
Segundo ele, a instituição tem uma postura que vai de encontro à inclusão radical e total dos alunos com deficiência intelectual e/ou múltipla na rede regular de ensino como única opção, e a favor de que as famílias tenham a oportunidade de escolher em qual escola desejam matricular seus filhos: especial ou regular.

Edu Olivera, vice-prefeito, enalteceu o trabalho desenvolvido pela Apae de Livramento

Vice-prefeito Edu Olivera
Edu Olivera salientou que gostaria de enaltecer o trabalho desenvolvido pela Apae de Livramento e, por consequência, o desempenho das Apaes de todo o Brasil. Ele acredita que a APAE pode conviver harmonicamente com as escolas regulares. “A associação oferece uma equipe de profissionais multidisciplinares no município. Teria que haver um investimento extremamente alto para que uma escola se igualasse às Apaes”, destacou.
Edu disse ter conhecimento da apreensão vivenciada pelos funcionários, coordenadores, alunos, pais de alunos, e uma boa parte da população nacional, já que as novas normativas podem vir a extinguir a existência das Apaes. “Pessoalmente, gostaria de dizer que sei da importância da permanência das Apaes, pois é um lugar que trata, inclusive, dos familiares do jovem ou da criança, e isso tem que ser levado em consideração, já que os responsáveis por um aluno especial também têm que receber um apoio, inclusive, psicológico”, lembrou Edu.

O presidente da Câmara de Vereadores, Dagberto Reis, defende a manutenção das APAEs

Presidente da Câmara de Vereadores de Livramento
O presidente da Câmara de Vereadores, Dagberto Reis, defende a manutenção das APAEs como espaço tecnicamente adequado para a educação e tratamento do excepcional, e acredita na possibilidade de que tanto as escolas especiais, quanto o ensino regular podem conviver normalmente, como meio de inclusão e de educação do deficiente. “As APAEs prestam um serviço inestimável à sociedade, oferecendo esse atendimento extremamente qualificado e específico ao excepcional, um atendimento que entendo é imprescindível para sua inclusão social, apesar de que, da mesma forma, defendo que o excepcional tem o mesmo direito que qualquer outro cidadão de frequentar o ensino regular, onde poderá ter a oportunidade de interagir, de aproximar-se, de conviver com outras crianças, o que com certeza será bom para ele. Mas repito: defendo o direito da inclusão no ensino regular e não a proibição de que o excepcional receba o atendimento especializado e altamente qualificado que instituições como a APAE podem oferecer-lhes”, diz ele, posicionando-se contra o fechamento das APAEs.

APAE EM LIVRAMENTO – História
A APAE Santanense, fundada em 10 de maio de 1964, é mantenedora da Escola de Educação Especial Caio César Beltrão Tettamany, e tem um histórico de 49 anos de defesa à garantia de direitos das pessoas com deficiência intelectual e ou múltipla e suas famílias, na comunidade. Atualmente, atende cerca de 200 pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, nas áreas de apoio à saúde e educação.

SAÚDE NA APAE SANTANENSE
De acordo com Mainard, na área da saúde, a instituição conta com 10 profissionais, como psicóloga, assistente social, fisioterapeutas, médico pediatra, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga. Além dos setores de equoterapia e estimulação precoce, que formam a equipe multiprofissional, tão importante na construção das áreas afetiva, cognitiva e social dos assistidos.

PEDAGÓGICO
A equipe pedagógica, formada por professores capacitados para o atendimento desses alunos, é composta por 13 profissionais, dentre eles psicopedagogos/ educadores especiais. Eles trabalham com esta clientela suas potencialidades cognitivas, preparando-os para sua independência e autonomia, até que possam superar suas dificuldades e serem incluídos, seja na rede regular de ensino e/ou mercado de trabalho, através de uma proposta pedagógica flexível, adaptada e diversificada (oficinas pedagógicas), a fim de atender às suas individualidades.

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