A DÍVIDA DE EIKE BATISTA

As dívidas das empresas de capital aberto do grupo EBX, de Eike Batista, chegaram a R$ 25,1 bilhões no fim de junho. O valor é R$ 600 milhões superior aos R$ 24,5 bilhões registrados em março. É a maior dívida privada do Brasil, mas o maior credor somos todos nós através do BNDES que teria quase R$ 20 bilhões emprestados ao grupo.

A empresa gestora de recursos Angra Partners assumiu a reestruturação da dívida das empresas de Eike Batista e poderá também se responsabilizar pela gestão operacional do grupo EBX. A crise do grupo comandado pelo homem que queria ser o mais rico do mundo aflorou com a OGX, empresa que iria prospectar petróleo na costa brasileira, mas cujos poços micaram.

O alvo da operação de reestruturação da dívida de Eike é a OGX que no jargão do mundo financeiro “está na UTI”. A proposta é transformar em capital acionário o passivo de 3,6 bilhões de dólares que a petroleira tem em títulos vendidos no exterior. Os portadores desses títulos estariam convencidos da operação sugerida.

No entanto, não está nada fácil a vida de Eike Batista em tentar salvar suas empresas. No início desta semana, a agência de classificação de risco Fitch (dos EUA) voltou a rebaixar o rating (uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros).da OGX e afirmou que a empresaestava a um passo de dar o calote nos títulos emitidos.

Essa operação proposta de converter os títulos em capital acionário da OGX tiraria o controle de Eike Batista. Ele que é detentor de 50,16% do capital ficaria com algo entre2% e 5%. Mesmo assim a OGX não sairia do sufoco, pois a empresa precisa de um aporte de capital de 1 bilhão de dólares que contratualmente seria de responsabilidade de Eike Batista.

Esse bilhão de dólares de aporte de capital não precisaria ser injetado de uma só vez, mas de imediato para salvar a empresa seriam necessários 100 milhões de dólares. Quem vai emprestá-los para Eike?

O IATE (1)

Quando Eike Batista gostava de ostentar e de ser reconhecido com o homem mais rico do Brasil, ele comprou o luxuoso iate Pink Fleet 19 milhões de dólares para festas corporativas na baia da Guanabara.

O IATE (2)

Muito mais que uma embarcação, o Pink Fleet é um espaço de lazer flutuante, equipado com a mais avançada tecnologia náutica. O Pink Fleet tem 54 metros de comprimento, seis ambientes e atua no setor de eventos corporativos e sociais, na cidade do Rio de Janeiro. A capacidade é para 400 pessoas.

O IATE (3)

Eike colocou à venda o seu iate, mas não encontrou comprador e vai levar o Pink Fleet ao desmanche. Em tempos de cacas magras, Eike livra-se de uma despesas mensal de R$ 300 mil, o custo de manutenção do seu iate.

O HOTEL (1)

Outra compra estranha de Eike foi a do Hotel Glória, no Rio de Janeiro. Segundo a revista Época, o Glória foi adquirido por Eike em 2008 e há três anos o empresário assinou contrato de financiamento com o BNDES, que aprovou o empréstimo de R$ 190,6 milhões, dentro do programa de incentivo a investimentos à rede hoteleira para a Copa de 2014.

O HOTEL (2)

Em novembro de 2012, o banco liberou R$ 50 milhões para a obra que está atrasada e dificilmente ficará pronta a tempo da Copa. Quando intensificou a diversificação de seus negócios, Eike usou o prédio como um símbolo e disse que, com ele, devolveria o glamour ao Rio de Janeiro.

O HOTEL (3)

Hotel Glória também entrou no processo de liquidação de ativos do grupo. O executivo-chefe da companhia suíça Acron AG, Kai Bender, informou que negocia a compra do hotel, há dois anos, e que concordou em pagar R$ 225 milhões por ele. Segundo ele, o acordo será fechado nos próximos dois meses. A REX, empresa do grupo EBX que atua na área imobiliária, não quis comentar o assunto.

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