Economia e qualidade de vida
O nutricionista Rivarol construiu uma casa ecologicamente correta com apenas 5 mil reais
A casa, onde Rivarol mora há um ano com a esposa Rosane Borges, teve um custo de R$ 5.000,00 e foi construída com base no sistema de Permacultura, a qual visa à construção de
moradias com materiais permanentes da cultura local
Rivarol disse ter ido a diversas cidades para adquirir o devido conhecimento para a construção da sua casa ecologicamente correta
O nutricionista Rivarol de Miranda Padilha foi o primeiro santanense a realizar a construção de uma casa usando o sistema de permacultura. De acordo com ele, que além de construir também é o proprietário da moradia, a casa teve um custo de R$ 5.000,00. A economia se deu com a utilização de mão de obra própria e com o mínimo de material de alvenaria possível. “Extremamente econômica e agradável, tenho orgulho da minha casa”, destacou.
Depois de um ano trabalhando como pedreiro, Rivarol decidiu dar início à obra, que começou a ser erguida no fimde 2011, e segundo Rivarol teve duração de 9 meses: “A obra foi um parto”, brincou ele. A casa, toda feita de taipa, foi planejada desde a compra do terreno, que deveria ser alto e com vegetação apropriada ao redor. “A frente teria que ficar para o Norte, a fim de que aproveitássemos ao máximo a luz solar para a iluminação da casa, e ao sul teria que haver uma proteção dos ventos e do calor no verão”, explicou o proprietário, salientando, ainda, que a casa tem um desenho que considera os aspectos naturais.
Aberturas têm dois objetivos: a entrada de luz e a ventilação. As janelas de vidro permitem que o sol entre, se tornando um higienizador
de ambiente
“Cada elemento tem múltiplas utilizações”, afirmou Rivarol. A tecnologia permacultural objetiva a construção de moradias utilizado materiais permanentes e duradouros da cultura local. “A casa tem uma excelente iluminação, e isso também é devido às aberturas pré-planejadas, que permitem que o sol faça uma varredura nos cômodos da casa, tirando todas as impurezas”, destacou ele.
A casa fica na Rua Ananias Flores, nº 121. “Trabalhei um ano aqui perto, para a Madezapi, como pedreiro, e com o que ganhei paguei o terreno” – contou o nutricionista. Ele também construiu uma composteira (para reciclagem do lixo doméstico), e iniciou o plantio de frutíferas, verduras – com um primeiro canteiro. “A propriedade abastece a casa, cuja estrutura tem 36 metros quadrados, orientada na parte mais alta do terreno de modo que, durante todo o dia, aproveite ao máximo a energia do sol e, no verão, tenha resfriamento à noite. A casa possui dos quartos, uma sala, banheiro e cozinha. “Claro que a madeira de tapas teve que ser trabalhada, mas temos um espaço para habitar com conforto, beleza, higiene e em proximidade com os elementos naturais” – sintetizou Rivarol.
SAIBA MAIS
A permacultura é um método holístico para planejar, atualizar e manter sistemas de escala humana (jardins, vilas, aldeias e comunidades) ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis. Foi criada pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David Holmgren, na década de 70. O termo, cunhado na Austrália, veio de permanentagriculture (agricultura permanente), e mais tarde se estendeu para significar permanentculture (cultura permanente). A sustentabilidade ecológica, ideia inicial, estendeu-se para a sustentabilidade dos assentamentos humanos na sua generalidade. Os princípios da Permacultura vêm da posição de Mollison de que “a única decisão verdadeiramente ética é cada um tomar para si a responsabilidade de sua própria existência e da de seus filhos” (Mollison, 1990). A ênfase está na aplicação criativa dos princípios básicos da natureza, integrando plantas, animais, construções, e pessoas, em um ambiente produtivo e com estética e harmonia.
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