DILMA X OBAMA

O governo brasileiro está oficialmente indignado com a espionagem feita pelo governo dos EUA, operação secreta que não poupou nem mesmo a presidente Dilma Rousseff. Fala-se até em retaliação. Qual seria a retaliação que o Brasil poderia fazer contra os EUA?

A primeira delas muito comentada em Brasília seria a suspensão da viagem de Dilma aos EUA, a qual seria um encontro oficial dos governos com todo aquele protocolo que envolve visitas e reuniões de chefes de estado. Mesmo assim, apesar de um clima desagradável que seria instalado, tudo ficaria no plano diplomático com notas explicativas de parte a parte.

O que realmente deixaria o governo dos EUA aborrecido é a possibilidade de o Brasil alijar a Boeing da venda de caças F-18 à FAB, um negócio que chegaria a 5 bilhões de dólares. Caso decida neste sentido, a sueca Saab estaria se credenciando a ser a fornecedora dos jatos Gripen.

E os caças Rafale que a França também quer vender ao Brasil? Bem, aí entra a bronca de Lula com o seu “mui” amigo Nicolas Sarcozy. O ex-presidente francês era o vendedor dos caças Rafale e Lula quase tinha decidido pela compra, mas um acordo deixou de ser cumprido pela França.

Lula, presidente do Brasil, estava se ensaiando para ser um mediador da crise bíblica no Oriente Médio e chegou a liderar uma tentativa de a ONU não aplicar sanções econômicas ao Irã. Lula contava com o voto da França em troca da compra dos Rafale, mas Sarkozy foi com a maioria e o Irã foi punido.

Assim é que a Suécia poderá ganhar a concorrência para fornecer jatos à FAB por força das circunstâncias – a “traição” da França e a espionagem norte-americana. E talvez com tudo isso acontecendo, o Brasil se convença de que paises cuidam de seus respectivos interesses nacionais e não servem para formar qualquer tipo de compadrio.

SEM ILUSÕES (1)

“Quando esteve aqui, no mês passado, o secretário de Estado, John Kerry, disse que a quebra de sigilo das pessoas e de governos mundo afora pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) visava a garantir a segurança do mundo e estava prevista em leis daquele país. A explicação não agradou o governo brasileiro, que prometeu recorrer aos fóruns internacionais. Um mês depois, recrudesce o mal-estar, principalmente agora depois da revelação de que Dilma foi espionada pela NSA”.

SEM ILUSÕES (2)

“Muito discurso ainda será gasto para tapar o sol com a peneira, mas, no fim das contas, o imbróglio será contornado, não resolvido. Não tenho ilusões: só com o domínio de tecnologias será possível evitar a quebra do sigilo de dados (pessoais, comerciais, industriais, de governos), não com a promessa (vã) de terceiros de que não o farão. É nisso que devemos investir, assim como os demais países do mundo. A grita dos espionados, porém, mais do que necessária, é imperiosa.” A opinião é do ex-deputado Roberto Jefferson.

ESPIONAGEM

A presidente Dilma Rousseff está na Rússia participando da reunião do G-20, o grupo que reúne as 20 principais nações do planeta. Por enquanto, está previsto um encontro com o presidente norte-americano Barack Obama, a quem Dilma deverá certamente pedir explicações sobre a espionagem do programa Prism da NSA, a Agência de Segurança Americana.

NEGATIVA

O presidente Barack Obama defendeu seu governo nesta quarta-feira, 4, das acusações de que os Estados Unidos espionam cidadãos estrangeiros. “Eu posso assegurar ao público na Europa e ao redor do mundo que nós não saímos por aí bisbilhotando os e-mails das pessoas ou escutando suas ligações telefônicas”, afirmou durante entrevista coletiva na Suécia.

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