Velhices longevas

Livramento é uma cidade de velhos. O Brasil é um país de velhos. Ou seja, os dados divulgados ontem pelo coordenador da agência local do IBGE, Ellinton Vasconcellos, no programa Canal Livre, da RCC FM deixam claro que a maturidade já chegou e passa de largo nas coxilhas a oeste do Haedo.
Pois é, Sant’Ana do Livramento não tem tantos jovens quanto tinha nos anos 70. Cada vez menos filhos por família e mais idosos com vida ativa em função da expectativa de vida ter aumentado – assim como, em alguns casos, é sinônimo de aumento na qualidade de vida, mas, observe, nem sempre.
Essa tendência vai se acentuar ainda mais no Brasil nos próximos anos, de acordo com a projeção demográfica divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A quantidade de filhos por mulher deve cair de 1,77 neste ano para 1,50 em 2060. Já o número de idosos no país vai triplicar, passando de 14,6 milhões para 58,4 milhões no período, o que corresponderá a 26,4% da população. Com isso, aumentam também os desafios para se atender às necessidades dos mais velhos e manter a economia em alta.
O problema primeiro é que para manter um significativo número de pessoas recebendo pelo menos um salário mínimo para sustentar sua velhice, é preciso igual relação de pessoas trabalhando. Hoje, não há essa realidade. Ou seja, hipoteticamente, para cada três economicamente ativos trabalhando, há um sendo custeado a partir dos recursos gerados por esses três, ou até quatro em alguns casos.
Previsível, segundo os mais alarmistas, um colapso no sistema previdenciário.
O mesmo alarmismo dá conta de que o sistema de saúde também vai entrar em pane, haja vista o número de idosos que em 2060 terá que, necessariamente, fazer uso do SUS, por exemplo.
Também é possível supor que no nem tão longínquo 2060 seja veemente a necessidade de o governo estimular uma campanha de natalidade.
É! Isso mesmo! Estimular a prole dos cidadãos a fim de que os números passem a ter um outro rumo dali em diante.
Essas, entre outras questões, precisam fazer parte, inclusive, dos pensamentos dos gestores, haja vista que os municípios – e as políticas públicas, por obviedade – precisam contemplar essas realidades.
De repente, a pessoa se deu conta de que o tempo passou tão depressa que ela nem percebeu. E, na realidade, algo aconteceu: ela envelheceu!
Assim, fica evidente que os cidadãos precisam fazer uma releitura de suas vidas, projetando o futuro e, sem dúvidas, a necessária perpetuação da espécie.
Do contrário, “meu planeta, adeus”…

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