A ANAMNESE E OS CUBANOS

Para os leigos, anamnese na Medicina é o primeiro ato da relação médico-paciente. Isto é, trata-se da conversa inicial do médico com o seu paciente para que este faça um relatório do que está sentindo e, se possível, exercite sua memória em busca de todas as informações que possa transmitir ao profissional que vai atendê-lo.

Exatamente aí é que poderá se complicar o médico estrangeiro que não conheça os meandros de nosso idioma e até mesmo o vocabulário de um caboclo. Se o paciente não tiver uma forma de se expressar ou mesmo falar errado, como poderá o médico cubano, por exemplo, entender o mal que aflige quem foi consultá-lo?

Vamos a um modelo dessa hipotética situação. O caboclo começa a relatar seus sintomas e diz que já contraiu tirícia. Conseguirá o médico cubano compreender que o seu paciente teve icterícia? E se a dor e os espasmos que sente for conseqüência do mau funcionamento do figo? Nosso médico importado vai identificar alguma anomalia no fígado do seu paciente?

“Doutor,comi ao meio-dia uma vaca atolada e agora acho que tô com nó nas tripas”, diz o paciente. Sem um intérprete, o nosso ilustre profissional da medicina importado não vai conseguir iniciar um diálogo para identificar a indisposição estomacal que acabou de lhe ser relatada na conversa inicial com o seu paciente.

O Ministério da Saúde informa que o Programa Mais Médicos levará profissionais da Medicina a locais onde não há qualquer atendimento médico. Em tese, nada mais humano e mais saudável. Mas e na prática? Os médicos importados irão para locais remotos levando apenas luvas descartáveis, estetoscópio e analgésicos? Neste caso, só mesmo clínicos gerais que possam atuar em todas as áreas médicas – obstetrícia, pediatria, ginecologia, ortopedia, cardiologia, dermatologia, etc. – terão êxito em sua missão.

Pelo desenrolar do programa governamental, os médicos estrangeiros, mais do que uma enfermeira ao seu lado, deverão ter um bom intérprete para fazer um diagnóstico que começa com a anamnese. Caso contrário, muitos pacientes poderão até morrer nos braços do médico por falta de comunicação.

MAL-DO-UMBIGO (1)

É uma infecção tetânica na região umbilical, responsável pela morte de muitos
recém-nascidos. É atribuída a falta de cuidados e higiene com o cordão
umbilical, logo após o nascimento da criança. Acredita-se que a ocorrência
de infecção vem do costume de manter a criança enfaixada e sem banho
durante sete dias após o parto.

MAL-DO-UMBIGO (2)

Também é costume colocar no local do corte do cordão, sob a faixa, terra de formigueiro, picumã ou fumo mascado, o que pode causar infecção. O povo acredita que esses “medicamentos” podem curar o mal. Se não curar, é porque Deus não quis

NOSSAS DOENÇAS

Qual médico estrangeiro saberá curar amarelão, bicho de pé e cobreiro? O Ministério da Saúde deveria recomendar aos profissionais importados que fizessem contatos com pajés, curandeiros e parteiras nos confins do nosso país.. Eles poderão ser de grande utilidade na prestação de serviço sob responsabilidade dos profissionais importados.

PROCESSO EM MIAMI (1)

Sete médicos e um enfermeiro cubanos estão processando Cuba, Venezuela e a PDVSA (a petroleira estatal venezuelana) por conspiração para obrigá-los a trabalhar em condições de “escravos modernos”, como pagamento pela dívida cubana com o Estado venezuelano por fornecimento de petróleo, segundo informação do site venezuelano Noticias24. Os médicos e o enfermeiro conseguiram escapar, chegando aos Estados Unidos, país que lhes outorgou vistos

PROCESSOEM MIAMI (2)

Segundo a petição a que teve acesso a agência internacional de notícias Efe, os demandados intencional e arbitrariamente”, colocaram os profissionais da saúde em “condição de servidão da dívida” e esses se converteram em “escravos econômicos” e promotores políticos. A demanda foi interposta ante um tribunal federal de Miami (EUA). Os profissionais buscam uma indenização que ultrapassa US$ 50 milhões de dólares, revelou Pablo de Cuba, um dos advogados do grupo cubano.

 

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